28 fevereiro 2007

PARABÉNS, RIO DE JANEIRO

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Apesar do alto preço que pagou nos últimos 40 anos por acolher governantes demagogos, oportunistas e arrivistas, o Rio de Janeiro continua sendo, queiram ou não, a mais linda cidade do mundo. Ela sabe que é bonita, provoca ciúmes, mas não liga pra isso... FELIZ ANIVERSÁRIO, nossa amada cidade do Rio de Janeiro.
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PEDRINHO MATTAR - Pequena homenagem

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Iniciou como profissional em 1953 acompanhando cantores em festivais realizados na União Cultural Brasil-Estados Unidos, de São Paulo, onde estudava. Participou de shows pelo Brasil e exterior com artistas como Leny Eversong, Agostinho dos Santos, Claudette Soares, Marisa Gata Mansa, Chico Buarque de Holanda, Maysa, Miele & Sandra Bréa, Cauby Peixoto, Raul Solnado e muitos outros.

Fez parte, em 1972, do programa "Concertos para a Juventude". Em 1979, reuniu grande público ao tocar nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo. Interpretou a "Rhapsody in blue", de George Gershwin, em 1965, acompanhado por orquestra sinfônica sob regência de Diogo Pacheco. Dividia seu tempo entre apresentações em casas noturnas, shows no exterior e a apresentação do programa "Pianíssimo" (Rede Vida).
Este é um pequeno resumo da carreira de Pedrinho Mattar publicado no Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira.
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"O meu pai foi professor de música, mais especificamente de piano. Por ser o mais novo de uma família numerosa poucas lembranças tenho dele, a não ser fotografias e umas dez partituras de canções já amareladas pelo tempo que ele escreveu por volta de 1933/34. Nunca as ouvi, só sabia que eram bonitas, me disseram. Gosto de música, mas de ouvir apenas, porque o máximo que sei é colocar as sete notas numa pauta musical, coisa que aprendi no Colégio Marista. E aprendi também o que é aquele aparelhinho chamado diapasão..."

"Um dia mandei cópia de uma das composições de meu pai para o programa de Pedrinho Mattar, na Tv, explicando-lhe o motivo. Pensei que não fosse dar atenção, mas Pedrinho foi muito sensível. Leu a minha carta no ar, emocionou-se, e prometeu que faria um arranjo da canção. Pediu-me que ficasse atento aos programas seguintes, pois não faltaria com a palavra.
Infelizmente deixei de ver alguns programas, por isso não sei se o arranjo foi apresentado. Acredito piamente que sim, porém, constrangido, não lhe perguntei em que dia teria sido exbido. Mas isso pouco importa. Só aquele gesto tão humano, tão cheio de sensibilidade, tão próprio de uma pessoa do porte, do senso artístico e elegância de Pedrinho Mattar foi o suficiente para que eu considerasse o meu pai e suas composições mais do que homenageados naquela noite. Eis o motivo da emoção que sentimos ao saber pela imprensa que Pedrinho Mattar, nascido em São Paulo em 19-08-1936, tinha falecido em Santos, no dia 07 deste mês de fevereiro." (Adelino P. Silva)
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26 fevereiro 2007

AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE

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Austregésilo de Athayde, o grande jornalista e escritor brasileiro (cadeira número 8 da Academia Brasileira de Letras), nasceu na cidade de Caruaru, Pernambuco, em 25-09-1895, e faleceu em 13-09-1993. Foi eleito presidente da ABL em 1959. Seguidamente reeleito lá permaneceu por 34 anos, ou seja, até o seu falecimento em 1993, no Rio, com 98 anos de idade.

Em 1985 a escola em que um de meus filhos estudava promoveu uma festividade para a cerimônia da troca de uma bandeira do Brasil, já castigada pelo tempo, por outra nova. Um dos convidados para discursar durante o evento foi Austregésilo de Athayde, mas ninguém acreditava que ele pudesse comparecer.
Eu, na qualidade de fotógrafo e cinegrafista amador (desde o tempo do 8mm), por isso sempre pronto para alguma novidade, compareci munido de minha Asahy Pentax 35mm, além de uma boa tele-objetiva. E eis que me aparece o Austregésilo, com aquela sua eterna simpatia. Quando o grande intelectual fazia o seu pronunciamento, não pensei duas vezes. Apontei-lhe a minha câmera e o "imortalizei" numa foto meio tremida pela emoção da oportunidade que a sorte de amador me proporcionava naquele momento...
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(Na foto de APS: Austregésilo de Athayde)
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O COMETA BENNETT

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O Cometa Bennett foi descoberto por John Caister Bennett, de Pretoria, África do Sul, em dezembro de 1969. De órbita elíptica (fato que seria constatado mais tarde), passou pelas proximidades da Terra em meados de março de 1970, ocasião em que podia ser visto a olho nu durante o amanhecer. Por volta de 20 de maio desse mesmo ano já não era mais visível nem com o auxílio de instrumentos óticos. Em 1974, próximo ao Sol, o cometa se fragmentou.

Pois é, eu consegui fotografar o Cometa Bennett, em 1970, por puro acaso, sorte. Morávamos em Belém, Pará, e naquele dia coincidentemente acordei mais ou menos às cinco horas da manhã. Quando cheguei à varanda, fiquei deslumbrado com aquele espetáculo maravilhoso. Corri e peguei a minha câmera Beautycord, tipo reflex, sempre carregada com um filme p&b. Tive calma suficiente para ajustar a velocidade em “b” (aquela em que o filme fica exposto durante o tempo em que o disparador estiver sendo pressionado), abertura máxima possível. Contei cinco segundos e... pronto!

Imaginei que a passagem do Cometa seria o assunto do dia seguinte na cidade. Se não nos jornais (não dava tempo), pelo menos nas estações de rádio e TV. Nada, rigorosamente nada. Nenhum dos meios de comunicação comentou o fato, aliás, como também nada tinham mencionado anteriormente. Pensei em doar a foto para um jornal, mas acabei desistindo. Achei que seria apenas mais uma. Que nada. Jamais se tocou no assunto. Até hoje tenho a nítida impressão de que somente eu observei e fotografei o Cometa Bennett no céu já quase totalmente azul daquele lindo amanhecer de 1970 em nossa querida cidade de Belém, Pará.
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(Cometa Bennett ao alto da foto de Adelino P. Silva, 1970)

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23 fevereiro 2007

O MUNDO DE SUZIE WONG

(Imagens Internet: Nancy Kwan e William Holden, 1960)
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Nancy nasceu em Hong Kong em 19-05-1939 (para os/as "detalhistas": 1m52 de altura, peso 48kg). De início, Hollywood tentou promovê-la como a "Chinese Bardot", idéia abandonada pouco depois. Nancy não era só beleza, tinha muito talento.
William Holden, que já entrou para o cinema como um jovem milionário (William Golden...), nasceu no Illinois, USA, em 17-04-1918, e faleceu acidentalmente em 16-11-1981. Foi um dos atores de Hollywood mais premiados .
Nancy Kwan e William Holden são os protagonistas do maravilhoso filme THE WORLD OF SUZIE WONG, de 1960, p&b. Com um pouco de sorte você poderá encontrá-lo em alguma das "melhores locadoras do país". Eu tive a oportunidade de vê-lo por ocasião de seu lançamento no Brasil e, posteriormente, outras vezes, na TV. Para quem gosta do gênero romance com categoria é uma boa oportunidade.
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SONHOS DE MENINO

(Desenho de Adelino, inspirado em original de Alex Raymond)
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Quem nunca sonhou quando criança em exercer profissões totalmente diferentes daquelas que acabariam por exercer quando adultos? Piloto de avião, de carros de corrida, artista de cinema, bombeiro, marinheiro, escritor, compositor, professor etc etc? Muitos conseguiram, outros não. Eu sonhava em ser um desenhista de quadrinhos tão famoso quanto o foram Stan Lee, Hal Foster, Alex Raymond ou Will Eisner. Sonhei em ser Arquiteto, mas não deu. Cursos de Engenharia, Arquitetura, Medicina eram diurnos. Economia, não.
O gosto pelo desenho, entretanto, ainda que sem técnica alguma, permaneceu. De vez em quando me pego rabiscando alguma coisa, copiando ou inventando, sempre à mão livre, mas raramente acabo um desenho, porque sempre que o revejo acho que não está bom como eu queria. E vai para um “arquivo morto”, normalmente no meio de um livro qualquer ou direto para o cesto de papéis.
O desenho do post de hoje, com erros de proporções, encontrei numa daquelas “limpas” que estou fazendo. Fico pensando que se tivesse insistido em ser um cartunista certamente teria morrido de fome...
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22 fevereiro 2007

ENFEITANDO A QUINTA-FEIRA: ANNA FRIEL

Anna Friel, atriz de cinema
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Hoje estou cheio de incumbências. Enquanto isso, para amenizar, postamos a imagem bonita da atriz Anna Friel (Nascida em 12-07-1976, Rochdale, Inglaterra) (Filme: Timelife, de 2003). Para quem se acha "baixinha", avisamos que Friel mede 1m57 de altura...
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20 fevereiro 2007

A GENTE FAZ O QUE PODE...

(Imagem escaneada aps - capas do livro citado)
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Era uma época em que se discutia "os destinos" do país: que time o Brasil deveria mandar à Copa do Mundo de 2002, quem deveria ser o técnico, quais jogadores etc etc. Fazendo uma faxina nos meus arquivos, encontrei um recorte da seção Cartas dos Leitores, do jornal O Globo, de 11-07-2001, que dizia o seguinte:
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TERRA SEMEADA
Um tema para reflexão. Em seu livro "Tempo de contar", Joel Silveira narra a seguinte passagem:
"Ao guia que me acompanhou na corrida entre o Minho e o Algarve, um bravo luso intimamente conhecedor de seu país, perguntei certa tarde por que, sendo Portugal tão amante do futebol quanto o é o Brasil, não se viam às margens das estradas campos de peladas, iguais aos que entre nós se espalham, aos milhares, do Oiapoque ao Chuí. Ele me respondeu:
- Por falta de espaço. É impossível jogar futebol num chão onde as sementes já foram plantadas, estão sempre prestes a brotar ou já brotaram."
ADELINO P. SILVA (por e-mail, 11-7), Rio
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A passagem citada encontra-se à página 206 do livro de Joel Silveira.
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ÁGUA QUENTE NO INVERNO

(Árvores do cerrado - foto n/dig Adelino P. Silva)
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Fogão de lenha me lembra uma coisa curiosa: até o final da década de 40, início de 50, apenas as residências mais "chics" tinham o privilégio da água quente nas bicas (torneiras), e até nos chuveiros, pelo menos em algumas cidades do interior do Brasil.

No meu entender de criança que via aquilo com estranheza, o sistema devia funcionar assim: a água encanada (fornecida pelo município, clorada etc) circulava dentro de serpentinas de metal que passavam pelo interior do fogão. Aquecida, a água era levada aos “pontos” de consumo: chuveiro e cozinha. O princípio era o mesmo dos “modernos” aquecedores a gás, diferindo na origem e fonte do calor: uma, da lenha queimada no fogão, e outra, das chamas do gás fornecido por empresa pública.

E de onde vinham os “paus de lenha”? Eram cortados a machadadas no então desconhecido cerrado triangulino, queimados e vendidos aos metros cúbicos de porta em porta. Ninguém se preocupava com queimadas ou desmatamentos. Cerrado era o mesmo que "planta ruim, terra ruim", terra que "...em se plantando não dava nada...", diziam... Isso é outro assunto. Vamos à nossa água quente.

Ter água quente por este sistema era opção individual; tudo por conta e risco do proprietário da casa. A Prefeitura não tinha nada a ver com isso, não era serviço público, daí o privilégio de que falamos: só as residências mais sofisticadas usufruíam do sistema. As demais lançavam mão de chaleiras e baldes de zinco sobre as chapas do fogão. E no inverno, os “moradores de rua” (já existiam, mas com outros nomes) se agarravam mesmo era ao velho e eficiente (para eles) “cobertor de pobre”...

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18 fevereiro 2007

E COMO HOJE É CARNAVAL...

Rachel Bilson, jovem atriz de Hollywood.

BANANA POR UM TOSTÃO...

(Foto digital Adelino P. Silva)
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O miquinho da foto parece desconfiado da quantidade de banana que lhe é oferecida. O desmatamento está fazendo com que animais silvestres procurem a cidade, sem qualquer temor, à cata dos alimentos que já se tornam escassos em seus habitats naturais. Este é apenas um exemplar da espécie que às dezenas vêm comer nas mãos dos humanos.
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ENDLESS SUMMER BILLY JOE

(Foto digital - Adelino P Silva)
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Tivemos um cãozinho de estimação da raça Beagle, tricolor. Chamava-se Billy Joe. Endless Summer Billy Joe, este o nome oficial. Nasceu em 17-03-1984. Extremamente simpático, fazia o que bem entendia. No início contratamos um adestrador para lhe dar aulas de boas maneiras. Pagamos adiantado, o adestrador sumiu. Se foi porque recebeu adiantado, não sei dizer. No calor, Billy abria a porta da geladeira com as patinhas, deitava-se junta a ela, e ali dormia tranquilamente com o seu "condicionador de ar" ligado... Só percebíamos mais tarde. Com cerca de dois meses de idade engoliu de uma só vez um Big Mac que eu tinha colocado ao meu lado para ir saboreando aos poucos enquanto lia. Foi uma correria louca, mas não adiantou nada, e nem lhe fez mal. Mordeu o calcanhar de um vizinho que tentou cortar caminho pulando um muro de nossa casa. Comeu duas carteiras de identidade, um CPF e um talonário de cheques. Subiu numa cadeira e bebeu uma taça de vinho que estava sobre a mesa... Lambeu um bolo de aniversário e bebeu Coca-Cola... Em suma: era um encanto de cachorro, uma gracinha... Mas nós o adorávamos. No carro ele viajava na parte trazeira, sempre brincando com as crianças que lhe acenavam do carro de trás. Billy Joe nos deixou em 22-06-1995. Tristeza geral. Nós o entregamos ao Veterinário para as providências de praxe (não o vimos mais)... Limpando o estofamento do carro verifiquei que ali ficaram depositados muitos pelos tricolores do Billy Joe. Resolvi homenageá-lo. Reuni uma boa quantidade deles, coloquei-os num saquinho plástico, e os enterrei ao pé de um ipê no nosso jardim. Sobre o local, uma pedra de granito pintada de branco, em forma de pirâmide, que rolava de um canto para outro sem destinação certa. Pedi para que ninguém a removesse dali. E demos àquela pedra branca, ao pé do ipê amarelo, o nome de Memorial a Billy Joe. Está lá até hoje...
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(Na foto, no primeiro plano, ipê com a pedra piramidal)

EM SE PLANTANDO...

(Desenho original de Adelino P. Silva)
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Repetindo: enquanto o pessoal que visita este blog está se divertindo no Carnaval, aproveito para fazer experiências com fotos e imagens que encontrei em meus arquivos. A de cima, por exemplo, eu a rabisquei numa folha branca normal, reforcei as bordas do desenho, escaneei e a trouxe para o Photoshop na hora de colocar as cores. Para os experts, nenhum segredo ou novidade. Para mim, neófito, uma proeza...
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QUASE UMA PELADA...


(Foto- não digital - de Adelino P. Silva)
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Já que está todo mundo se esbaldando no Carnaval e nem está dando atenção a blogs e coisas assemelhadas, vou aqui fazendo minhas experiências postando algumas fotos e imagens que encontrei em meus arquivos. Nesta não falta nada: um gramado (quase capim), uma bola barata, mas que ainda dá para se jogar, e um pé direito calçado com um tênis de qualidade bem duvidosa. Para completar, o terreno está molhado pela chuva. Só faltava um detalhe: o apito inicial...
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O MEU LAND ROVER 1951

(Imagem internet)
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Em 1959 tive um Land Rover, ano 1951, igual ao da imagem. Meus amigos e eu, aos sábados, depois de uma semana de trabalho e estudos, tirávamos a capota do "bichinho" e íamos para a Ilha do Governador jogar bola na praia. Naquele tempo as águas da Ilha eram tão límpidas que era possível achar-se com facilidade uma moeda no fundo da água. Eu tinha muito carinho pelo Land Rover, tanto que cheguei a escrever para a fábrica na Inglaterra consultando-os sobre a possibilidade de me enviarem o seu Manual de Instruções. País desenvolvido é outra coisa: dentro de uns 40 dias recebi direto do UK um volumoso envelope com o material pedido. Ao contrário da maioria, cujo primeiro carro antes da "Era Volkswagen" era o Citroen (escreve-se com trema, mas não o achei no teclado...), esse jeep Land Rover foi o meu primeiro veículo. Certa vez, fiquei muito chateado. Por causa de um simples defeito no platinado ele enguiçou numa rua muito movimentada. E alguém , irritado, colocando a cabeça para fora de um ônibus gritou:
- Empurra "que landi", num trocadilho muito infame com a marca do meu valente e estimado jeep que tinha até tração nas 4 rodas...
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16 fevereiro 2007

CONTO DE CARNAVAL (Verdadeiro)

(Da coleção APS - capa fevereiro/1940)
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Aconteceu no Carnaval. Minha irmã Olinda namorava firme um rapaz de São Paulo, de nome Edgar. Gostavam-se muito, paixão pura, mas tinham rompido o namoro às vésperas do início do “reinado de Momo”... Isso era muito comum, Carnaval daquela época era sinônimo de briga entre casais de namorados ou de noivos. Muitos ciúmes. Hoje em dia menos, cada pessoa vai para um lado, e tudo termina bem. É comunitário...

Ex-namorado em São Paulo, namoro desfeito, bem longe, Olinda vestiu uma linda baianinha e, embora um pouco constrangida, foi deixar a sua tristeza no baile de carnaval do clube que a família freqüentava. Lá pelas tantas, já no “clima”, quando cantava animadamente a marchinha “Oh jardineira, porque estás tão triste”, perdeu a voz quando alguém a pegou delicadamente pelo braço e a levou até o canto do salão. Era o Edgar, seu “ex-namorado”, recém-chegado de São Paulo, sem “aviso-prévio” ou qualquer vestígio de fantasia. Não tinha resistido ficar longe da Olinda. Reataram ali mesmo o namoro, e caíram na folia... Mas o Edgar pagou um bom preço pela ousadia: teve de suportar até a Quarta-Feira de Cinzas as gozações dos amigos e familiares que cantavam pra ele a letra de uma marchinha interpretada por Linda Batista, de muito sucesso naquele ano, só que trocavam o nome Rosa, da letra original, por Olinda. Ficava assim:

“Edgar chorou / Quando viu Olinda / Gingando toda prosa /Numa linda baiana / Que ele não deu / Coitado do Edgar / Chorou de dar pena / Chamou Madalena / Entregou o pandeiro / E desapareceu / Coitado do Edgar" etc. etc.

O Carnaval passou. Ficaram noivos, casaram-se e foram felizes para sempre... Nem o Rei Momo conseguiu separá-los...

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15 fevereiro 2007

PARA ENFEITAR O SÁBADO II

(Maureen O´Sullivan)
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Devido ao sucesso no passado, muitos filmes são ou foram refilmados em cenários diferentes e com outros artistas. Porém, em geral, por mais perfeita que seja a refilmagem, a que vale para o espectador é aquela assistida pela primeira vez. As posteriores já não têm a mesma graça. Sentimento idêntico acontece com astros e estrelas que interpretaram papéis de heróis e heroínas famosos. Por exemplo, a Cleópatra de muitos é a Elizabeth Taylor, e não a Vivien Leigh. E quem é o James Bond? Sean Connery, Roger Moore ou Timothy Dalton? E a Dale Arden? Jean Rogers ou Carol Hughes? E o Tarzan? Johnny Weissmuller ou Gordon Scott?

Eu não tenho dúvida nenhuma: a “minha" Jane (quer dizer, a do Tarzan) sempre foi a simpática Maureen O´Sullivan (foto). Ela nasceu em 17/05/1911 em Boyle, Irlanda, e faleceu em 23/06/1998 em Phoenix, Arizona, USA.
Maureen e John Farrow, diretor de cinema, casaram-se e tiveram uma filha que se tornaria também muito famosa, a premiada atriz Mia Farrow, que se destacou nos filmes Rosemary´s Baby e The Great Gatsby.
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13 fevereiro 2007

ECOLOGIA...

(Foto APS )
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Vi no blog da Denise dois interessantes comentários do amigo Valter Ferraz sobre o uso racional dos aparelhos domésticos de ar condicionado. Por ser pertinente, o post de hoje vai dedicado a ele, um expert no assunto, que poderá até dizer da procedência ou não dos benefícios trazidos ao meio ambiente pelo meu "invento" ...
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No verão passado, o vizinho do apartamento de baixo avisou-me que a água de um dos nossos condicionadores de ar molhava a sua varanda, sem contar com o “barulho” dos pingos que perturbava o seu sono. Fui “conferir”, e realmente a água pingava no chão da nossa varanda e daí para a de baixo. Para resolver “emergencialmente” o problema, pelo menos por aquela noite, coloquei um balde plástico de 10 litros logo abaixo do ponto de onde saía a água do aparelho. No dia seguinte de manhã o recipiente estava quase cheio, com cerca de sete litros de água límpida, que utilizei para regar ali mesmo as nossas plantas.

Ai então me veio uma idéia: aproveitar aquela água pura, cristalina para regá-las diariamente, e sem esforço adicional. Adaptei um tubo à saída do aparelho, fazendo com que a água “produzida” se deslocasse pela força da gravidade até as nossas plantas. Funcionou perfeitamente bem.
Balanço dos prováveis benefícios trazidos pelo “sistema hidráulico/ecológico” que inventamos:

1 - O nosso vizinho podia dormir tranqüilamente sem o ruído das “goteiras” (tem gente que até gosta, é sonífero...);
2 - Sua varanda estava sempre seca;
3 - As nossas plantas regadas regularmente – pelo menos no tempo do calor -, estavam cada vez mais bonitas;
4 - E o casal de peixes guppy que habitava o nosso aquário, parecia nadar feliz da vida na água fresca, sem cloro ou anti-cloro. Ah, sim, e tiveram até filhotes muito saudáveis...

Nada mais ecológico, pois... - concluí...

Nota: a flor amarela da imagem é originária de planta regada com a água "condensada".
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11 fevereiro 2007

GOD BLESS AMERICA 2...

(Foto aps - sede social do AFC)

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Quem achou que a vitória do América sobre o Vasco da Gama (2-1) tinha sido mero acaso deve ter se surpreendido com a nova vitória dos rubros ontem diante do Fluminense, um time bem superior ao dos cruzmaltinos, por 2-0. Deus salve o América!
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09 fevereiro 2007

PARA ENFEITAR O SÁBADO - I

(Imagem internet)
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Alice Faye, cujo nome original era Alice Jeanne Leppert, nasceu em 05/05/1915, em Nova York, e morreu em 09/05/1998, na California. É considerada uma das mais bonitas e talentosas artistas de cinema de Hollywood de todos os tempos.
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SEM COMENTÁRIOS

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Este espaço pretendia tratar apenas de amenidades, mas não dá. Brutal, chocante, inexplicável e injustificável sob qualquer aspecto a barbaridade cometida no Rio de Janeiro com uma criança de seis anos, arrastada por mais de 4 km pelo asfalto das ruas da cidade como se fosse um boneco de pano. Sinal dos tempos? Só pode ser, pois não falta mais nada.
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(Adelino P. Silva)

08 fevereiro 2007

GOD BLESS AMERICA

(Sede social do América FC - Foto Adelino P. Silva)
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Nunca uma derrota do Vasco da Gama me incomodou tão pouco como a de ontem (1x2) frente ao simpático América F C, Campeão dos Campeões. Falo isso com a mais absoluta sinceridade, independente de o América ser ou não uma “Legião Estrangeira”. O América tem tudo para ser um grande time/clube de futebol: sede bonita, grande número de associados, tradição e o carinho dos torcedores de todas as tendências. E se não bastasse isso, tem o hino de clubes mais bonito do Brasil, autoria de um americano legítimo, o saudoso Lamartine Babo.
Que seja sempre assim: se o Vasco da Gama tiver de perder, se a derrota for inevitável, que aconteça diante do nosso simpático América F C, da rua Campos Sales. Mas nada de exageros, é o que espera a torcida cruzmaltina...

PS – Uma vez, um dos meus filhos, associado do clube rubro, foi impedido de ingressar na sede social do América. Motivo: trajava short do Flamengo e camisa do Grêmio... Uma mistura curiosa... Idade dele na época? Seis anos. Hoje é um vascaíno convicto, mas americano de coração...

06 fevereiro 2007

NAS ONDAS DO RÁDIO

(Edifício "A Noite" - Rádio Nacional - 21. andar)
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Li com prazer o interessantíssimo post “Homenagem ao Malandro”, produzido pela Helô, do Banana&Etc, em 03-02-2007. No link “Rádio Nacional” (décadas de 40/50) voltei no tempo ao ver citado, entre outros, o programa “Dr. Infezulino (*)”. A explicação está num texto que escrevi há anos. Se tiver paciência e gostar do assunto, acho que vale a pena ler tudo, desde o seu começo:
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“...Outro grande sucesso da Rádio Nacional era o programa Dr. Enfezulino, assim chamado porque o seu apresentador simulava um constante mau humor , sempre “enfezado”".
Havia um quadro nesse programa no qual os ouvintes enviavam quadrinhas inéditas enaltecendo as qualidades da Gordura de Coco Carioca, muito popular na década de 50. A metragem dos versos, porém, tinha de "encaixar" rigorosamente numa melodia já existente, imutável. Seria uma espécie de “jingle” feito em parceria: o programa entrava com a música, e o ouvinte, com a letra.”

“A produção selecionava as duas melhores que disputariam num dos próximos programas os prêmios de 600 cruzeiros para a vencedora, e 400 para a outra. As musiquinhas eram interpretadas por um ator e uma atriz do “cast” da emissora, mas cabia ao público presente no sempre lotado auditório da Rádio Nacional escolher, por aplausos, qual das duas seria a melhor.”

“Eu cursava a quarta série ginasial. Enquanto o professor ministrava a sua aula de Química eu inventava às escondidas uma quadrinha para concorrer a um dos dois prêmios. Rabisca aqui, apaga ali, acabou surgindo a “ideal”, a que enviei “À Rádio Nacional, Programa, Dr. Enfezulino”...

“Passados uns vinte dias aconteceu uma surpresa emocionante: ouvi a minha quadrinha sendo cantada no programa Dr. Enfezulino... Esperei... O auditório preferiu a outra, por isso fiquei em segundo lugar, com o prêmio de 400 cruzeiros, que me foi enviado via Vale Postal, semanas depois.”
“Não sei quanto valeriam hoje 400 cruzeiros, mas naquele tempo fiz um bonito terno cor de “café com leite” (“paletó dois botões”), comprei gravata nova e ainda paguei o ingresso da “matinê das 11” para uma garota minha vizinha.”

“O importante, o que marcou mesmo, independente de ser primeiro ou segundo, foi o grande orgulho que tive de ouvir meu nome indo ao ar para todo o Brasil “através das ondas queridas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro”, justamente numa era de ouro para a "radiofonia nacional"...
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( * ) Posso estar enganado, mas o nome divulgado na ocasião começava com “e”, e não com “i”.

04 fevereiro 2007

CAMPANHA ELEITORAL

(objeto escaneado por aps)
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Esta postagem de última hora é dedicada à prezada amiga Helô, do Banana&Etc, que costuma dizer “Adelino e suas relíquias...”

Pois então, esta eu encontrei no interior de uma caixinha guardada num baú, dentro de um armário trancado...

Não deixa de ser também uma homenagem aos políticos de um passado não tão remoto, em que precisavam vender lápis para ajudar em suas campanhas de candidatos ao cargo de presidente da República. E que no caso específico da imagem, independente de qualquer tendência política, acabou não acontecendo.

02 fevereiro 2007

NOVA YORK


(Imagem internet)
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Um dia uma pessoa amiga me perguntou se eu conhecia Nova York.

Não, eu não conhecia. Nunca saí do Brasil. Não saí fisicamente falando, porque em sonho era o que eu mais fazia. Transportava-me das sonolentas aulas de Geografia para as florestas das Montanhas Rochosas do Canadá, com suas casas de madeira quase cobertas de neve. Talvez influência do Globo Juvenil, a revista em quadrinhos que hospedava um herói canadense de nome Ricardo, o Rei da Polícia Montada. De farda vermelha, luvas marrons, chapéu característico, era uma espécie de guarda florestal a serviço de Sua Majestade.

Tempos depois, adolescente, meus sonhos mudavam de direção: ia de uma Nova York no Natal, com neve, White Christmas e Jingle Bells (bem brega mesmo...) a uma Paris com Torre Eiffel, Arco do Triunfo e Marselhesa. Podia “escolher” à vontade.

Certa vez vi Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, pai do Gonzaguinha, dizer brincando numa entrevista: “Todo homem cresce, fica bobo e casa...”. Eu fiz tudo isso: cresci etc. etc., e fui feliz. Mas então as prioridades são outras, e a gente se desliga de muitos sonhos perfeitamente realizáveis. Se realizados, dizem, não tem mais graça. Há até quem afirme que o bom mesmo é somente sonhar.

Passando a limpo e ratificando a resposta à pergunta inicial: não, não conheci Nova York. Nada contra, mas nem quero conhecer.