24 fevereiro 2008

UMA VIDA EM JOGO - João Saldanha


Mais um presente, um presentão...
Deram-me um livro que está sendo muito comentado e analisado nos "segundos cadernos", cadernos literários e "cadernos B"... Os que acompanham este blog já devem ter visto um post de 26/07/2007 contando a forma como consegui o autógrafo do João no meu livro MEUS AMIGOS, de autoria dele. Para quem gosta do gênero memórias ou biografias, e ainda mais em se tratando de uma personalidade ímpar como Saldanha, o livro de André Iki Siqueira "JOÃO SALDANHA - uma vida em jogo" (Companhia Editora Nacional, 550 páginas) é simplesmente maravilhoso. O autor é carioca, 47 anos, jornalista, consultor de comunicações e marketing e roteirista de cinema e TV.


A obra, fruto de quatro anos de um minucioso trabalho de pesquisa, começou na cidade de Maricá (RJ), onde João morava nos últimos tempos, e, segundo o autor, não é uma biografia completa, pois de Saldanha nunca se conseguirá escrever tudo o que a ele for relacionado, tal a intensidade com que viveu a vida. Muitas histórias, afirmam alguns, não passariam de fantasias do próprio João, o que torna o livro ainda mais curioso, intrigante, fascinante. Ao contrário do que muitos pensam, João não foi apenas um jornalista esportivo apaixonado pelo BOTAFOGO, time do qual foi o técnico Campeão Carioca de 1957, e ainda responsável pela formação e classificação da seleção brasileira que venceu o Campeonato Mundial no México, em 1970. João, além de correspondente de guerra na Europa, foi ativo participante de movimentos políticos e sociais do país, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Rio de Janeiro. Enfim, uma leitura muito agradável.
(Imagem de APS escaneada do livro)

21 fevereiro 2008

ALTEROSA


O CRUZEIRO, dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, editada no Rio de Janeiro era, até o final da década de 50, início de 1960, uma das mais, se não a mais conceituada revista semanal brasileira.

Tudo girava em torno do Rio, até então, capital do Brasil. Poucas revistas de outros estados se destacavam. Uma delas, não sei se ainda hoje circula, mas não creio, chamava-se ALTEROSA, em alusão a Belo Horizonte, cidade onde era produzida. A capital de MG era conhecida como cidade montanhosa, alta, de clima excelente. Daí o "cidade das alterosas", imagino. Hoje quase não se fala disso, mas naquela época era a sua "marca registrada". Quanto à revista eu a conhecia desde 1951.

Pois é, arrumando o arquivo de minhas publicações antigas, encontro uma bela ALTEROSA, datada de 01-02-1960. Das três chamadas de capa, duas se destacam, além da foto da mocinha vestida de havaiana: "O AMERICANO NÃO É TÃO DIFERENTE" e "JUIZ DE FORA, SALA DE VISITAS DE MINAS". De qualquer forma, embora intempestivamente, vai uma simples homenagem a três lindas cidades de Minas Gerais: Belo Horizonte, Juiz de Fora e Alterosa, esta, uma pequena, mas simpática cidade que fica ao Sul-Sudeste do estado mineiro.

(Imagem escaneada do original por APS)

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18 fevereiro 2008

HAYDÉE MIRANDA

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No final da década de 50 a Rádio Tupi do Rio apresentava de segunda a sexta-feira o seriado “radiofonizado” “As Mil e Uma Noites”, com histórias baseadas no conhecido livro de contos infanto-juvenis. Narrava em capítulos diários a interessante história de dois jovens, Arhun, um príncipe árabe, e Sherazade, a bonita princesa que ele fizera prisioneira no seu castelo. Personagens e ambientes, claro, ficavam ao sabor da imaginação dos leitores, no caso, dos ouvintes.

O seriado fez tanto sucesso que a Rádio Tupi resolveu brindar seus ouvintes com as fotografias dos dois atores, tais como eram na vida real. Curiosos, escrevemos para a rádio, e dias depois recebemos as fotos tão aguardadas. É fantástico como o ouvinte cria em sua imaginação fisionomias totalmente diferentes daquelas que os radioatores têm na realidade, razão muitas vezes de grandes decepções... No caso dos personagens de “As Mil e uma Noites”, pelo menos no que se referia à foto da princesa, que era "a que mais nos interessava", não houve surpresa.

E aquelas fotos se perderam no tempo... Entretanto, por uma dessas coincidências inexplicáveis, um dia, revirando um monte de retratos de artistas de rádio espalhados no chão de uma feirinha no Passeio Público (Rio), eis que me deparo com um “retrato” original, antigo, mas bem nítido de uma artista de rádio da antiga Rádio Tupi. Apesar de tanto tempo passado, eu não precisei olhar no verso da foto para saber que se tratava de um "instantâneo" da bonita rádioatriz Haydée Miranda, a "nossa princesa Sherazade" dos tempos de criança... Ia me esquecendo: o ator que fazia o príncipe chamava-se Antônio Leite.

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Foto de Haydée Miranda escaneada do original por APS
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17 fevereiro 2008

BLOGAGENS COLETIVAS


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O Calendário Verde (Faça a sua parte) eu "roubei" lá da Denise, e "defesa da inocência" (com atraso, pois o "cintilar" da imagem deu "bode") foi furtado da Aninha Pontes. Mesmo tardiamente, pelo motivo exposto, acho que fiz a "minha parte"...

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12 fevereiro 2008

DIA DO REPÓRTER - 16 DE FEVEREIRO

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Sábado, 16 de fevereiro, é DIA DO REPÓRTER. Ninguém melhor para representar esta abnegada categoria de jornalistas do que HERON DOMINGUES, mais conhecido como o Repórter Esso.

Gaúcho de São Gabriel, nasceu no dia 4 de junho de 1924. Sua primeira grande notícia foi transmitida em 1941 pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, anunciando a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em 1942 foi para o Rio, ingressando em 1944 na Rádio Nacional, onde iniciou suas atividades jornalísticas como locutor do Repórter Esso, o mais famoso e confiável informativo do rádio brasileiro da época. No livro “Almanaque da Rádio Nacional”, o próprio Heron relata: “Trabalhei no Repórter Esso de 1944 a 1962, sem um dia de folga. Levantava-me às 6h45 e voltava para casa às 1h30.”

Heron queria ter o prazer de noticiar em “edição extraordinária” o iminente final da Segunda Guerra. "Foi morar" nos estúdios da estação, dormindo em sofás e alimentando-se de sanduíches, tudo para confirmar o slogan “o primeiro a dar as últimas”. Passou o Natal de 1944, o Ano Novo e a Páscoa em alerta, mas, a contragosto, cedeu aos pedidos dos colegas e foi descansar em casa. Para sua surpresa foi lá, em 8 de maio, que ouviu uma emissora concorrente dar a notícia de seus sonhos... Mas o Brasil inteiro sabia: “Se o Repórter Esso não deu, não deve ser verdade”...

E a notícia só ganhou veracidade quando Heron entrou no ar, e mal deixando terminar o som das fanfarras, prefixo do noticioso do Repórter, lançou no ar sua voz inconfundível para todos os cantos do Brasil: “E atenção! Atenção! Informa o Repórter Esso em edição extraordinária! Os alemães acabam de se render incondicionalmente!!! E vamos repetir...”

(Eu era muito criança, mas posso dizer com orgulho que ouvi esta notícia “ao vivo”... E vi muita gente chorando e se abraçando de felicidade, de alegria. Mas isto é outra história...)

Heron teve o privilégio de noticiar em primeira mão o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, o suicídio de Vargas, a renúncia de Jânio. O grande repórter radiofônico brasileiro, eleito merecidamente como um dos “brasileiros do século”, morreu muito jovem, poucas horas depois de noticiar o pedido de renúncia de Nixon, em 10 de agosto de 1974.
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Nota importante: post publicado com antecipação para não ser "furado" por outros blogs... (APS)
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05 fevereiro 2008

1808

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Geralmente quando falo de livros começo assim: "Neste Natal ganhei de presente os livros tais e tais etc..." Não significa que eu apenas receba livros de presente. Gosto de presentear com eles também. Mas, como dizia... neste último Natal ganhei de minha filha o livro "1808" (Editora Planeta), de Laurentino Gomes, pesquisador/jornalista paranaense de Maringá, viu, Ery? A sua leitura é ótima, e desfaz aquela imagem grotesca da família real que nos foi passada pelo filme "Carlota Joaquina", da competente e bonita atriz e cineasta Carla Camurati. Vejamos:

"(...) O propósito deste livro, resultado de dez anos de investigação jornalística, é resgatar e contar de forma acessível a história da corte portuguesa no Brasil e tentar devolver seus protagonistas à dimensão mais correta possível dos papéis que desempenharam duzentos anos atrás. Como se verá nos capítulos adiantes, esses personagens podem ser sim, inacreditavelmente caricatos, mas isso é algo que se poderia dizer de todos os governantes que se seguiram, inclusive alguns muito atuais"...

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Foto (digital) de APs
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SPANISH EYES

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Qualquer que seja a versão apresentada, qualquer que seja o arranjo, os intérpretes, até mesmo em VIDEOKE ou em ritmo de samba, pouco importa, Spanish Eyes é uma das canções mais populares do mundo. Duvido que você não seja tentado a acompanhá-la cantando baixinho... Experimente. Apesar de ser Carnaval, é nostálgica, mas é bonita.
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SPANISH EYES (Elvis Presley), de Bert Kaempfert
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01 fevereiro 2008

FEMINISMO...

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Basta uma simples imagem para que nos transportemos ao passado. Revendo a foto acima, lembrei-me que quando no Curso Primário, a nossa professora contou em sala uma história verídica, segundo ela. Vejamos: um homem passava por uma estradinha de terra. O sol escaldante do meio-dia projetava ao pé de um belo coqueiro uma sombra bastante acolhedora. Ele resolveu descansar. Recostou-se no tronco do coqueiro, e dormiu profundamente. Dormiu e sonhou que um coco caíra em sua cabeça. Para infelicidade dele, minutos depois o seu sonho se tornava realidade. Um coco de uns 5 quilos se desprendeu e caiu sobre ele, matando-o instantaneamente. Nem oportunidade teve de contar o que sonhara, mesmo porque encontrava-se sozinho... E a historia acabava aí.

A professora perguntou-nos se tínhamos alguma observação a fazer sobre o que acabara de narrar. Os meninos, por unanimidade, responderam apenas que a história tinha sido boa, engraçada. Entretanto, Maria Cecília, a menina mais simpática e estudiosa da sala, respondeu diferente:
- Esta história contém um absurdo... – disse ela.
- Qual é? – perguntou a professora.
- Era impossível as pessoas saberem que ele tinha sonhado com a queda de um coco; ele não poderia contar isso para ninguém, já que morreu sonhando...

E a nossa querida professorinha, num sinal de que o feminismo já começava a "fazer escola", disse triunfante:
- Só mesmo uma menina para ver a história sob outro ponto-de-vista... Os meninos nem repararam nisso... É a prova indubitável de que a mulher é mais inteligente do que o homem... - concluiu ela.

Este relato é absolutamente real. Eu era um dos alunos...

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Foto digital de Adelino P. Silva
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