----------------------------------------------------------------------------------
Sempre admirei aquela árvore esguia, majestosa, que margeia estradas, cresce fácil em qualquer terreno, e é excelente abrigo para ninhos de pássaros. Que em presença do vento produz sons semelhantes a assobios que trazem paz e tranqüilidade, e as suas folhas de formato exótico encharcam-se de águas das chuvas fortes, mas não se quebram ou caem, pois curvam-se sabiamente diante das forças da natureza. O seu nome? Eu não sabia.
Acho que já falei em posts anteriores do meu hábito de plantar sementes de vegetais, principalmente de árvores, só para “ver o resultado”... No estacionamento externo do Aeroporto Santos Dumont, existem várias daquelas árvores. Um dia colhi e plantei aquilo que eu pensava ser sua semente, ou seja, uma pequena bolinha seca, que espetava muito, cor de palha, de formato irregular, menor do que uma jabuticaba miudinha. Não nasceu nada. Fui verificar. Óbvio: aquela bolotinha nada mais era do que uma cápsula contendo centenas de minúsculas sementes que ao caírem no solo espalhavam-se pelo terreno, tornando-se praticamente invisíveis...
Até que um dia eu estava lendo um livro que não sei se era Vila dos Confins, Chapadão do Bugre (ambos de Mário Palmério) ou O Coronel e o Lobisomem (de José Cândido de Carvalho), e lá pelas tantas páginas da leitura, eu me deparei com o autor descrevendo uma árvore com todas aquelas características. Seu nome: casuarina. Então era ela...
Nada de sementes, comprei e plantei apenas uma muda da espessura de um palito de fósforo, dez centímetros de altura, mais ou menos. Não acreditava muito. Mas ela cresceu, e hoje está com 40 metros, curvando-se ao sopro do vento, assobiando como ela só, encharcando-se com água da chuva, e oferecendo abrigo aos pássaros que a procuram. Dizem que tira muita água do subsolo. Mas é o preço que cobra pela sua beleza. Ei-la na foto de minha autoria...
----------------------------------------------------------------------------------
Dos dicionários:
Casuarina: s.f., Bot., árvore cujas folhas se assemelham às penas do casuar.
Casuar: s.m., Ornit., grande ave pernalta semelhante ao avestruz.
------------------------------------------------------------------------------------------------------