13 abril 2021

O MEU MARACANÃ - Parte 1

 


Construção

O Estádio Municipal do Maracanã foi construído no curto espaço de tempo de dois anos. Era o grande palco preparado para a seleção brasileira disputar seus principais jogos pela Copa do Mundo de 1950. Jogou apenas uma vez fora dele, contra a Suiça, em São Paulo.

 Nomes

Deslumbrada diante de tanta garbosidade, a imprensa batizou-o de "Colosso do Derby”. Derby porque erguido no terreno do antigo Derby Club, que servia ao hipódromo e a prática de outros esportes hípicos. Recebeu de início o nome oficial de Estádio Ângelo Mendes de Moraes, então prefeito do Distrito Federal. Anos depois passou a se chamar Estádio Mário Filho, homenagem ao saudoso diretor do Jornal dos Sports, um grande promotor e incentivador de todas as modalidades esportivas, a começar pelos charmosos Jogos da Primavera. Embora mantido o nome até hoje, o estádio é mais conhecido como Maracanã. Muitas vezes, infelizmente, é chamado de “Maraca”, até mesmo pela imprensa esportiva.

 A caminho do estádio

Tive a sorte de viver uma das melhores fases do futebol carioca e brasileiro, início dos anos 1950 até mais ou menos 1970. Morando no bairro de São Cristóvão, vizinho do Maracanã, eu era assíduo frequentador do estádio. Ia e voltava percorrendo invariavelmente o mesmo trajeto, ou seja: andava de casa até o Largo da Cancela, local do ponto de táxi Chevrolet e Citroen. Sempre a postos para atender especialmente aos torcedores, os táxis levavam cinco passageiros e mais o motorista. Com a lotação completa, o que acontecia em poucos minutos, tomavam a direção do estádio passando pelo interior da Quinta da Boa Vista. O objetivo era deixar seus passageiros bem próximos das bilheterias, o que nem sempre era possível, principalmente em dia de grande jogo. A corrida custava uma nota de cinco cruzeiros por cabeça, “quitada” antes da saída, claro.

 A volta

Não tinha táxi para a volta. Impossível transitar, pois acabado o jogo uma multidão de torcedores impedia o fluxo de veículos nas cercanias do estádio. A solução era fazer o retorno a pé, muitas vezes debaixo de chuvas torrenciais. Molhado, encharcado, pingando voltava para casa feliz da vida, chutando poças de água da chuva que se acumulava nas vias asfaltadas da Quinta da Boa Vista. Na maioria das vezes, vibrando com mais uma vitória do meu clube de coração. 

 (Continua)

 Foto: pictus.com

3 Comments:

Blogger Adelino P. Silva said...

Não tenho certeza, mas acho que a última postagem que fiz neste meu querido blog foi em 16/08/2009. Existe algo mais recente, com data de 20/06/2012 (Filmes da Minha Vida), mas na verdade a postagem não era nova, apenas cometi algum deslize ao lidar com ela, e a data, que é inalterável, permaneceu. No mais, de vez em quando vinha até aqui e para não fugir ao meu lema (ou mania) de não deixar nenhum comentário sem resposta ou atenção, cheguei a responder leitores, na maioria novos, que haviam escrito há mais de 5, 6 e até 10 anos. Outro dia, com o tempo sobrando forçado pela pandemia, resolvi testar se ainda conseguiria lidar com o tal “template” (?) do Blogger e postar alguma coisa... Depois de muita luta, acho que consegui. E o tema? O tempo passou, as ideias são outras. Mas as lembranças são as mesmas. Embora não seja um exímio redator, tenho o hábito de escrever algumas coisas que parecem crônicas. Lembrei-me de ter escrito algo sobre o Maracanã antigo, mesmo antes das primeiras tímidas modificações introduzidas pelo poder público no estádio, anteriores aos Jogos Olimpícos, Pan-Americanos, Copa do Mundo e das Confederações. Fiz o devido enxugamento necessário para um blog e aqui está o resultado. Pelo menos vai ficando, como registro, uma opinião pessoal sobre como me parece ser o atual Maracanã comparado com o antigo. Sem críticas. Apenas comparando. Afinal, temos este privilégio. Um boa tarde a quem me honrar aparecendo por aqui e me desculpem por eventuais enganos, pois ainda estou na fase do “testando”...

terça-feira, abril 13, 2021 10:48:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Lembranças boas que não se apagam, deste Colosso de Derby.
Não conhecia este nome...
Fazendo jus ao narrador e admirador do Maracanã, conhecido mundialmente.
Todos nós também tivemos o privilegio de acompanhar tantos eventos, neste recinto.
De coração feliz, emocionado creio, passando como um filme, este admirador deste estádio; não poderia deixar de narrar estes tempos memoráveis.
Parabéns Adelino pela grande memória atemporal, que com certeza ficou para você como um legado justo.
Grata pela postagem.
Maria das Graças.

terça-feira, abril 13, 2021 9:07:00 PM  
Blogger Adelino P. Silva said...

Olá, Maria das Graças, curiosamente você foi uma das últimas pessoas a inserir comentários neste Blog. Agora, quando estou pretendendo postar algumas coisas para aproveitar o tempo de pandemia, você é a primeira...
Muito obrigado.

quarta-feira, abril 14, 2021 7:34:00 AM  

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