NOVA YORK
(Imagem internet)
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Um dia uma pessoa amiga me perguntou se eu conhecia Nova York.
Não, eu não conhecia. Nunca saí do Brasil. Não saí fisicamente falando, porque em sonho era o que eu mais fazia. Transportava-me das sonolentas aulas de Geografia para as florestas das Montanhas Rochosas do Canadá, com suas casas de madeira quase cobertas de neve. Talvez influência do Globo Juvenil, a revista em quadrinhos que hospedava um herói canadense de nome Ricardo, o Rei da Polícia Montada. De farda vermelha, luvas marrons, chapéu característico, era uma espécie de guarda florestal a serviço de Sua Majestade.
Tempos depois, adolescente, meus sonhos mudavam de direção: ia de uma Nova York no Natal, com neve, White Christmas e Jingle Bells (bem brega mesmo...) a uma Paris com Torre Eiffel, Arco do Triunfo e Marselhesa. Podia “escolher” à vontade.
Certa vez vi Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, pai do Gonzaguinha, dizer brincando numa entrevista: “Todo homem cresce, fica bobo e casa...”. Eu fiz tudo isso: cresci etc. etc., e fui feliz. Mas então as prioridades são outras, e a gente se desliga de muitos sonhos perfeitamente realizáveis. Se realizados, dizem, não tem mais graça. Há até quem afirme que o bom mesmo é somente sonhar.
Passando a limpo e ratificando a resposta à pergunta inicial: não, não conheci Nova York. Nada contra, mas nem quero conhecer.
13 Comments:
Adelino, também nunca saí do Brasil, portanto não conheço NY, também não tenho vontade de conhecer. Mas que ainda sonho em conhecer outros lugares, ah! isso sonho mesmo.
Quem sabe um dia né?
Um abraço.
Caríssimo, eis um exercício fantástico. Às vezes leio sobre um lugar e se me agrada fico fantasiando. Tenho uma facilidade de ampliar aquele cenário e me transporto. Sonho, mesmo acordado. E gosto destes sonhos porque tenho domínio sobre ele, é produto consciente. Dirijo minha fantasia. Já estive em todas as mais belas ilhas do Caribe e quando não
consigo lá chegar, vou para a Bahia e esqueço o resto. Sinto um gosto de água de coco e principalmente muita alegria. O amigo desapareceu por uns dias e eu já estava preocupado. Foi bom vir aqui e ler este post. Abraço e bom final de semana.
Adelino e agora tem a internet para nos levar muito mais longe, não?
Sempre viajei muito através dos livros, depois com a televisão e agora com a web. Vou usando os veículos que me são dados.
Físicamente viajei muito pelo Brasil à trabalho.
Nova York? Não, obrigado.
Abração
Adelino, também andei preocupado com esses dias de ausência sua aqui. Nostalgia!Acabo de ver meu blog linkado por vc, o que muito me honra, e te devo meus mais entusiastas agradecimentos. Quanto a viajar, suas crônicas já o fazem.
Adelino
Comigo acontece assim: acho ótimo sonhar com lugares ainda desconhecidos e adoro relembrar os que já conheci.
Concordo que a Internet nos leva a lugares inimagináveis, mas nada substitui o "ao vivo e em cores", com seus sabores e odores.
Nova York foi a minha primeira e, por enquanto, única viagem internacional. Fui em 98 e jamais me esquecerei das emoções que vivi naquele lugar cosmopolita e cheio de atrativos. Por diversas vezes não pude conter as lágrimas e me sentir num filme de Spike Lee ou de Woody Alen. No Empire State, imediatamente, a melodia de "An affair to remember" me fez recordar o desencontro de Carry Grant com Deborah Kerr. Já disse uma vez e repito: ai de mim que sou romântica :) Visitar o Harlem, e ver de perto o Teatro Apollo, foi como se tivesse vivido nos anos de ouro do jazz. Passar pelo famoso Dakota, foi também relembrar que ali viveu Lennon, um dos meu ídolos. Central Park, belíssimos museus, arquitetura exuberante integrando novas e antigas construções (todas bem preservadas), bairro chinês, bairro italiano, livrarias e bibliotecas maravilhosas, teatros inesquecíveis, enfim, um banho de preservação e cultura. Só tenho boas e belas recordações.
Gostaria muito de voltar, mas não agora, na era Bush. Mesmo porque, com meu sobrenome árabe, não quero correr o risco de sofrer a humilhação de ser revistada como se fosse terrorista. :)
Beijos e bom fim de semana.
ANNA, vontade conhecer eu até já tive, mas a vontade passou. O que seria a vida sem sonhos, não é?
Existem as vidas vividas e as vidas não vividas. Entendeu? Parece complicado, e é mesmo.
Um abraço e bom domingo pra vocês. Tudo de bom.
Adelino
EDUARDO, quem me dera saber escrever crônicas... É o meu jeito mesmo de contar as coisas. Eu escrevo, e depois desando a cortar palavras.
A minha "ausência prolongada" foi por "motivos técnicos". Não sei o que houve: a Virtua (Net-Rio) dobrou a minha velocidade de acesso (de 2 Mb>>4Mb), mas parece que aconteceu algum problema, porque ficou difícil, lento. E ainda aconteceu a atualização do Blogger. De qualquer forma, obrigado pela atenção, e por ter me linkado.
Um abraço com um bom domingo.
Adelino
Helô, só de ler o que escreveu me senti em Nova York. Lindo o seu depoimento.
É bom ser romântico, Helô, e não adianta querer não ser. Eu também sou, desde crinaça. Sofre-se mais do que quem não é. Espera aí: será se sofremos mesmo mais do que os outros que não são? Não sei, hein, deixa pra lá.
Beijos e bom resto de Domingo.
Correção no texto pra Helô: "...desde CRIANÇA...'
ERY, o bacana do sonho é isso que você falou, podemos ampliar os horizontes.
Quantas vezes recordamos fatos do passado e, sonhando acordados, "escrevemos" finais felizes para muitas situações. Então, a pessoa tem uma parte do "sonho" que é o que realmente aconteceu, e fatos posteriores, com desdobramentos que são apenas sonhados. Os estudiosos chamam à primeira de "vidas vividas" e à sequencia "vidas não vividas".
Um abração,bom domingo e obrigado pelo prestígio.
Adelino
PS - Sobre a minha "ausência prolongada" a explicação está lá na resposta ao Eduardo.
Salve, VALTER. É verdade, a internet nos leva a muitos lugares. Mas é como disse a HELÔ, não "a cores e ao vivo", mas leva.
Sobre viagens a trabalho, Valter, até hoje me sinto frustrado, pois me concentrei tanto num trabalho que fiz em Macapá, capital do então Território Federal do Amapá, que me esqueci de visitar o famoso MARCO ZERO. Como sabe, é um ponto turístico muito procurado, pois Macapá é a única capital do Brasil localizada exatamente sobre a linha do Equador, ou seja no Grau ZERO... O visitante recebia atéum Diploma...
Fica pra outra vez (em sonho)...
Um grande abraço, Valter, e que tenhamos um domingo.
Adelino
AVISO: erros cometidos nos meus comentários são, em sua maioria, não corrigidos no ato, devido a que, após a modernização do Blogger, o VISUALIZAR não funciona mais, ou quando funciona,é extremamente lento.
(A) Adelino
Oi, Adelino,
Nova Iorque, York, seja lá o que for, merece ser conhecida.
Principalmente, pra mim, por ser tudo, menos uma cidade americana.
Conheci muito superficialmente, em duas viagens de trabalho, muito frio, mas gostei.
Se puder, voltarei.
abraços
fernando cals
ps:mas, a escolher, Europa, facinho, facinho...
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