O MEU MARACANÃ - Parte 2
Mudanças
Para se
adaptar ao “padrão FIFA” o Maracanã original foi praticamente demolido e
reconstruído. Quase tudo mudou no então
conhecido como o maior e mais belo estádio de futebol do mundo. Algumas coisas
para melhor, outras, porém – em meu entender - para pior. Não me refiro aos
avanços tecnológicos, e evidentemente muito menos a novos preceitos e
interpretações na regra do jogo. Isto não vem ao caso, quando se pretende
apenas dar uma idéia de como era o nosso velho e querido Maracanã.
Placar
Nada melhor do que começar pela razão de ser do futebol: a movimentação das grandes placas de metal retangulares de aproximadamente 80 x 100 cm contendo letras e algarismos na cor branca às quais se chamava placar. Afixados às grades de proteção das arquibancadas viam-se um atrás de cada baliza. E mais um terceiro, no lado oposto às cabines de rádio que, posteriormente, seriam também das televisões. O sistema “guilhotina” ou “comporta” facilitava a atualização em casos de gol dos “litigantes”, identificados nos placares por suas iniciais em maiúsculas. Exemplo: Vasco x América, CRVG X AFC, Botafogo x Flamengo, BFR X CRF, Fluminense x Madureira: FFC X MAC... Este trabalho era feito pelos atentos “garotos do placar” que movimentavam as placas à medida que os gols fossem saindo. Uma árdua tarefa, mais ainda em dia de goleada... Vistos de longe lembravam formiguinhas transportando folhas para as suas despensas.
Um incidente curioso é que muitas vezes se atrapalhavam, ora demorando fazer a troca, ora colocando no lugar errado e até mesmo colocando letras e números de cabeça para baixo. A torcida protestava com gritos e assobios. Acho que se dependesse deles, o 0x0 seria o melhor resultado, independente do clube para o qual torciam...
“Garoto do placar”
Um narrador esportivo carioca muito popular, felizmente ainda na ativa, tinha o hábito de encerrar a vibrante narração de um gol com a expressão: “Atenção garoto do placar! Coloque! Vasco 1, Flamengo 1!” Era como se fosse uma chamada de ordem aos meninos que movimentavam as pesadas placas de metal... E por falar em rádio, eram escassos os aparelhos de rádios no estádio, mesmo porque os transistorizados portáteis entre eles o Telespark não tinham ainda chegado ao Brasil. Uma época em que o rádio esportivo era atração diária e principalmente aos domingos com as famosas mesas redondas compostas de grandes nomes como José Maria Scassa, Nelson Rodrigues, Ruy Porto, João Saldanha, entre outros.
Foto: Tweeter @MengaoRetro
1 Comments:
Aos poucos, empiricamente, vou reaprendendo a fazer algumas postagens...
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