Sábado, 16 de fevereiro, é DIA DO REPÓRTER. Ninguém melhor para representar esta abnegada categoria de jornalistas do que HERON DOMINGUES, mais conhecido como o Repórter Esso.
Gaúcho de São Gabriel, nasceu no dia 4 de junho de 1924. Sua primeira grande notícia foi transmitida em 1941 pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, anunciando a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Em 1942 foi para o Rio, ingressando em 1944 na Rádio Nacional, onde iniciou suas atividades jornalísticas como locutor do Repórter Esso, o mais famoso e confiável informativo do rádio brasileiro da época. No livro “Almanaque da Rádio Nacional”, o próprio Heron relata: “Trabalhei no Repórter Esso de 1944 a 1962, sem um dia de folga. Levantava-me às 6h45 e voltava para casa às 1h30.”
Heron queria ter o prazer de noticiar em “edição extraordinária” o iminente final da Segunda Guerra. "Foi morar" nos estúdios da estação, dormindo em sofás e alimentando-se de sanduíches, tudo para confirmar o slogan “o primeiro a dar as últimas”. Passou o Natal de 1944, o Ano Novo e a Páscoa em alerta, mas, a contragosto, cedeu aos pedidos dos colegas e foi descansar em casa. Para sua surpresa foi lá, em 8 de maio, que ouviu uma emissora concorrente dar a notícia de seus sonhos... Mas o Brasil inteiro sabia: “Se o Repórter Esso não deu, não deve ser verdade”...
E a notícia só ganhou veracidade quando Heron entrou no ar, e mal deixando terminar o som das fanfarras, prefixo do noticioso do Repórter, lançou no ar sua voz inconfundível para todos os cantos do Brasil: “E atenção! Atenção! Informa o Repórter Esso em edição extraordinária! Os alemães acabam de se render incondicionalmente!!! E vamos repetir...”
(Eu era muito criança, mas posso dizer com orgulho que ouvi esta notícia “ao vivo”... E vi muita gente chorando e se abraçando de felicidade, de alegria. Mas isto é outra história...)
Heron teve o privilégio de noticiar em primeira mão o lançamento da bomba atômica sobre Hiroshima, o suicídio de Vargas, a renúncia de Jânio. O grande repórter radiofônico brasileiro, eleito merecidamente como um dos “brasileiros do século”, morreu muito jovem, poucas horas depois de noticiar o pedido de renúncia de Nixon, em 10 de agosto de 1974.
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Nota importante: post publicado com antecipação para não ser "furado" por outros blogs... (APS)
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