21 fevereiro 2008

ALTEROSA


O CRUZEIRO, dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, editada no Rio de Janeiro era, até o final da década de 50, início de 1960, uma das mais, se não a mais conceituada revista semanal brasileira.

Tudo girava em torno do Rio, até então, capital do Brasil. Poucas revistas de outros estados se destacavam. Uma delas, não sei se ainda hoje circula, mas não creio, chamava-se ALTEROSA, em alusão a Belo Horizonte, cidade onde era produzida. A capital de MG era conhecida como cidade montanhosa, alta, de clima excelente. Daí o "cidade das alterosas", imagino. Hoje quase não se fala disso, mas naquela época era a sua "marca registrada". Quanto à revista eu a conhecia desde 1951.

Pois é, arrumando o arquivo de minhas publicações antigas, encontro uma bela ALTEROSA, datada de 01-02-1960. Das três chamadas de capa, duas se destacam, além da foto da mocinha vestida de havaiana: "O AMERICANO NÃO É TÃO DIFERENTE" e "JUIZ DE FORA, SALA DE VISITAS DE MINAS". De qualquer forma, embora intempestivamente, vai uma simples homenagem a três lindas cidades de Minas Gerais: Belo Horizonte, Juiz de Fora e Alterosa, esta, uma pequena, mas simpática cidade que fica ao Sul-Sudeste do estado mineiro.

(Imagem escaneada do original por APS)

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25 Comments:

Blogger sonia a. mascaro said...

Adelino, gosto muito de seus posts resgatando a memória da imprensa brasileira! E como também gosto de pesquisar, aqui estão duas informações a respeito da Revista Alterosa:
1) A estréia de Henfil (1944-1988)deu-se em 1964 na revista Alterosa.
2) O escritor Roberto Drummond (1933-2002) assumiu em 1961 a direção da revista Alterosa, fechada em 1964 pela ditadura militar. Abraços!

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 4:35:00 PM  
Blogger Luci Lacey said...

Adelino

E tao bom ler o seu blog, tanta coisa boa para ser lembrada e sentida.

Sou mineira tambem, uai.

Sou de Pocos de Caldas

Beijinhos

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 5:05:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Lembro-me que meu pai tinha várias revistas "Cruzeiro" desta época. A moça da capa é anterior à esta moda das modelos magérrimas, e é tão bonita. Legal que você resgata estas coisas da história recente de nosso país de forma deliciosa.
Um abraço.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 7:48:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adelino,

como me lembro da "Alterosa"!
Meu pai assinava, e também "A Cigarra", e "O Cruzeiro".
Nós morávamos na fazenda, mas líamos, ainda que atrasados, -chegavam por trem e cavalos... - alguns jornais ("Correio da Manhã", "Jornal do Brasil", "O Jornal") e revistas, e era muito bom. Minha distante adolescência agradece até hoje...
A "Alterosa" tinha um concurso de contos que me fascinava.
Eu ficava imaginando como seria escrever, enviar, participar.
Mais tarde, na época do Henfil e do Roberto Drummond, aí eu já morava em Belo Horizonte, convivia com eles, era diferente.
Tenho alguns exemplares guardados com cuidado. Foram ficando, ficando, ficaram. É bom. Das outras revistas também, é bom.
Maria Augusta registrou, com propriedade, a aparência da moça da capa. Hoje, só se usa gente magra. E alta.
Quase não nasce mais gente baixa, já reparou?
Sou baixinha, e tenho filhos altos, que me obrigam a olhar pra cima o tempo todo. Me colocando em meu devido lugar, pode?

Beijo da

Vivina.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 9:10:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Adelino,

estou com a Maria Augusta, o melhor dessa ALTEROSA é a GOSTOSA da capa!

Bom fim de semana!

C;-)

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:47:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro amigo Adelino,

Estou te esperando segunda feira, dia 25 de fevereiro lá no Fragmentos sem falta tá?
Sua presença é indispensável!
Beijo carinhoso e um bom fim de semana, Cris1

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 2:01:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sonia, foi aquilo que eu disse outro dia: os comentários enriquecem o post. Olha só quanta informação curiosa você acrescentou ao post da Alterosa. O saudoso Roberto Drumond escreveu "Ilda Furacão", não foi? Ambientada em BH, nos início dos anos 60.
Obrigado, abraços, e bom final de semana.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:34:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Luci Lacey, quanta honra! Mineira de Poços de Caldas! A seleção brasileira de futebol de 1950 ficou concentrada em Poços de Caldas... O máximo. Os mais "snobs" não diziam "Poços de Caldas", mas apenas "Poços"...
"Vou passar as férias em Poços...", "Acabei de chegar de Poços" etc...
Um beijo

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:39:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Maria Augusta, você acredita que eu tenho um exemplar do Cruzeiro, edição especial do Concurso Miss Brasil de 1929? As misses eram escolhidas para representar seus estados não pelo critério de beleza física, mas pelo "status" na "sociedade"... Você acaba de dar um boa sugestão de post. Aguarde.
Um abraço

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:44:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Vivina, tenho exemplares da Cigarra também. E assinei o Correio da Manhã... Por sinal que naquela ocasião o Rio tinha grandes jornais: Diário de Notícias, o próprio Correio da Manhã, O Jornal do Brasil, O Globo, A Noite, Diário Carioca, O Jornal e outros.
Eu só tenho este exemplar da Alterosa.
É isso, Vivina, os padrões de beleza mudaram um pouco, o que não significa que sejamos obrigados a aceitá-los como definitivos, imutáveis. De 1970 para cá as crianças são mais altas. Talvez em virtude da alimentação melhor, não seria? Apesar dos Bigs isso e aquilo...

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:54:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Esqueci de despedir, Vivina:
beijos, e obrigado pela sua presença. Bom final de semana. Comente sempre.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:56:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eduardo, estou ficando curioso. Vou procurar a revista e saber quem é a capa? Provavelmente é alguma pessoa da "high society" das "alterosas", e fantasiada para o Carnaval que deve ter sido em fevereiro...
Grande abraço, Eduardo. Bom fim de semana.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:59:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Claro, amiga Cristiane, estarei lá sem falta. E honrado em saber que a minha presença é considerada imprescindível.
Um beijo, e que tenha um ótimo final de semana.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 5:03:00 PM  
Blogger Aninha Pontes said...

Adelino meu querido amigo, o gostoso de seus posts são os comentários que eles rendem.
Observe que a pesquisa da Sônia, veio de encontro ao fato vivido pela Vivina. A presença de Henfil e Roberto Drummond na revista.
A Sônia pesquisou e a Vivina, presenciou o fato.
Sem contar que cada post seu, nos enriquece ou de conhecimento ou nos faz reviver coisas e fatos já esuqecidos.
Parabéns mais uma vez pelo post, e Minas Gerais merece uma homenagem assim. O pouco que conheço de Minas, acho que tem uma bela geografia.
Um beijo e bom domingo.

sábado, fevereiro 23, 2008 7:21:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Então, Ana, você tem toda a razão. Blog sem comentários não tem graça nenhuma, não sobrevive, desestimula. Pelo lado do blogueiro, este vê-se falando à moscas, às pedras. E pelo lado dos que comentam, se não têm resposta, consideração, atenção é mais do que natural que sumam. Você foi no ponto certo: a Sonia deu informações que foram ratificadas pela vivência da Vivina. Aliás, cá entre nós, eu escrevi Drummond com só M, são dois...
Ana, já fiz isso várias vezes, mas agradecer nunca é demais: e eu te agradeço pelas pessoas maravilhosas que têm vindo aqui pela sua indicação. Estou meio sem tempo, mas logo mais pretendo colocá-los nos meus "links" favoritos.
Um beijo pra você e um grande abraço para o Valter. E ótimo final de semana.

sábado, fevereiro 23, 2008 12:14:00 PM  
Blogger vivendo said...

Adelino,
Estou por aqui de novo!
Meu pai e irmãos liam a revista O cruzeiro e até outro dia na casa da minha mãe tinha muitas delas...Quantas vezes eu fiquei lendo, saboreando...meus irmãos têm uma lojinha de livros e revistas e carregaram tudo para a loja...Pois bem, Henfil começou na Alterosa...Falando nele:
"Se não houver frutos/ valeu a beleza das flores/ Se não houver flores/ valeu a sombra das folhas/ E, se não houver folhas, valeu a intenção da semente".
Fiquei com saudade de tudo!Do Henfil, de Belo Horizonte(que eu não conheço), da Alterosa!
Um beijo Adelino e muito obrigada por trazer a saudade mesmo do que eu não vi...Vivi

sábado, fevereiro 23, 2008 4:14:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Vivi, eu vivo o presente, mas adoro recordar essas coisas que nos encantaram no passado. Eu escrevi alguma coisa sobre a revista O Cruzeiro, talvez até faça um post. Do Cruzeiro eu lembro quando pela primeira vez publicaram uma foto de uma mocinha trajando um "maillot" bikini enorme... Foi um escândalo que provocou até pronunciamento da Igreja, e desmaios das senhoras da sociedade ("Meus sais, meus sais"...). E das fotos em encarte central azulado, edição extraordinária, dos supostos discos voadores flagrados por Ed Keffel e João Martins na então deserta Barra da Tijuca, local de furtivos encontros de namorados. Eu fui correndo ao jornaleiro comprar uma edição que, infelizmente, se pedeu.
Muito obrigado pela sua preseneça, Vivi. Beijos

terça-feira, fevereiro 26, 2008 8:52:00 AM  
Blogger Unknown said...

Meu pai já me falou sobre essa REvista O Cruzeiro. Pena que não tem mais ... Ele me disse que uma vez a revista falou sobre a familia Accioly, minha família. MInha tia avó poderia ter guardado, mas a gente não sabe, agora muito menos pois ela já é falecida. Morava no Rio de Janeiro.
Obrigada quanto a sugestão de mudar a frase para o plural. Vou ver isso. PAra ter o selo, vc copia e na parte de ESQUEMA do seu blogger vc procura "ADICIONAR ELEMENTO DE´PÁGINA" e depois que abrir uma janela você procura por "HTML/JAVA SCRIPT", e cola nO ESPAÇÕ VAZIO QUE APARECER EM UMA PRÓXIMA JANELA. Espero que tenha entendido... Qualquer coisa pergunte. MAs eu vou mudar ainda o logo como você mesmo surgeriu. Depois que eu mudar voê cola. Bjs! Boa semana!

terça-feira, fevereiro 26, 2008 9:53:00 AM  
Blogger Unknown said...

Adelino, bom dia!

Adorei sua matéria e pensei que talvez você possa me ajudar.
Estou precisando da edição nº382 da revista ALTEROSA. Você saberia me dizer como encontrar?

Desde já agradeço.

sexta-feira, setembro 25, 2015 10:32:00 AM  
Blogger barbara said...

Olá, Adelino. Sou estudante de Mestrado e meu objeto de estudo encontra-se imergido na Alterosa. Porém não localizo nem no pbh a revista de número 75, a qual preciso. Você teria? Obrigada e sucesso com o blog.

quarta-feira, outubro 14, 2015 2:43:00 PM  
Blogger Adelino P. Silva said...

Ingrid, incrível, mas passados 11 anos estou eu aqui respondendo ao seu comentário sobre a revista O Cruzeiro, semanal. Lembro-me do David Nasser, Jean Manzon, Ed Keffel, João Martins e tantos outros brilhantes repórteres e fotógrafos que fizeram história. Assim como todo grande veículo de comunicação, teve seus dias de glória. Um abraço.

segunda-feira, novembro 04, 2019 11:03:00 PM  
Blogger Adelino P. Silva said...

Infelizmente, o que tenho a informar à Biblioteca Cora Coralina, é que pelas minhas andanças pelos sebos da cidade, só tive a sorte de encontrar dois exemplares da Alterosa. Talvez estejam disponíveis na Hemeroteca da Biblioteca Nacional do Rio. Um abraço.

segunda-feira, novembro 04, 2019 11:05:00 PM  
Blogger Adelino P. Silva said...

Bárbara Nolasco, mesmo passados cinco anos desde o seu comentário, aqui venho apenas para infelizmente lhe informar que só possuo dois exemplares da revista Alterosa, adquiridas em sebos do Rio. Muito grato pela atenção.

segunda-feira, novembro 04, 2019 11:09:00 PM  
Blogger Unknown said...

Adelino, cá estou eu em 2021 descobrindo seu blog e gostando demais dos seus escritos e de todos esses comentários incriveis e tão preciosos. Sou graduanda em jornalismo e estou fazendo a analise visual desta edição. Muito obrigada por compartilhar conosco!

segunda-feira, fevereiro 08, 2021 10:54:00 PM  
Anonymous Adelino P. Silva said...

Desculpe por não ter aparecido seu nome, pois talvez tenha sido algum deslize que cometi nas configurações do blog. Há tanto tempo não lido com ele...
Pois então, eu tenho uma fascinação por publicações antigas, principalmente aquelas que conheci quando ainda criança. Muitas delas circulavam pela minha casa, compradas pelas minhas irmãs: O CRUZEIRO, CIGARRA, FON-FON, NOITE ILLUSTRADA, VIDA DOMÉSTICA, JORNAL DAS MOÇAS, EU SEI TUDO etc. Uma delas era a ALTEROSA. Muitos exemplares das citadas revistas eu viria a revê-las - e adquirir, claro - nos sebos da cidade. Naquela época não era moda ainda coisas antigas. Depois vieram os antiquários e foram ficando cada vez mais raras.Enfim, fico feliz de poder contribuir para seu trabalho.
Algo curioso com relação ao exemplar que publiquei neste post. Fazem uma chamada sobre uma reportagem referente à cidade de Juiz e Fora, mas a mesma não consta do exemplar.
Um abraço.

segunda-feira, abril 05, 2021 6:41:00 PM  

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