O VELHO MSX - EXPERT - Capítulo 3
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Um dia, lá estando numa tarde de inverno um pouco mais fria do que o normal, e sem qualquer atividade externa para desenvolver, resolvi montar o conjunto para ver no que dava. Calmamente fui tirando tudo de dentro da caixa e fazendo as ligações na CPU (Unidade Central de Processamento). Tudo estava aparentemente no lugar certo. Até que chegou o grande momento do teste decisivo. Liguei o aparelho sem qualquer esperança de que este desse um sinal mínimo que fosse de vida. Para minha surpresa, entretanto, apareceram no monitor verde – que também funcionou –, o logotipo e as especificações técnicas do Expert...
Experimentei colocar o cartucho original de demonstração que acompanha o aparelho. A máquina começou a exibir na tela todas as suas virtudes e vantagens: o que fazia e o que podia fazer pelo usuário, mas tudo completamente “mudo”. Lembrei-me de dar uma mexida no botão que controla o volume. E para meu espanto o ruído desagradável do início deu lugar a um som límpido das conhecidas vinhetas musicais que acompanham as instruções de uso: arquivo de receitas de bolos, de lembretes, de desenhos, de jogos. Aquilo ali já era um milagre. Mas fui em frente. Que tal instalar o drive externo que, naquelas condições, com certeza não mais estaria funcionando? Lembro aos amigos leitores que tiveram a paciência de ler o a história até aqui, que para ser acionado, o drive externo dependia de uma fonte específica que o acompanhava – uma espécie de conversor de 127 para 12 Volts, tantos ampères. Este, ligado à tomada, incrivelmente cumpriu muito bem o seu papel mandando energia ao MSX na dosagem correta. Nem mais, nem menos. No começo o drive fez um barulho estranho, mas parecia que estava girando. Cheguei a ficar com pena por estar exigindo tanto do pobre aparelho que pela idade já devia estar descansando se não num museu de micro-computadores, pelo menos numa tranqüila casa de antiguidades da rua do Lavradio...
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(CONTINUA NO PRÓXIMO E ÚLTIMO POST DA SÉRIE...)
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4 Comments:
Para o post não ficar com ZERO comentários, aqui vai o meu.
Abraços a todos e obrigado pelos comments nos outros capítulos.
Adelino, agora terá dois.
Vicê chegou a trabalhar com as máquinas de telex?
Coisa de doido, aquelas fitinhas amarelas todas perfuradas. Olivetti e nos escritórios só máquinas de escrever. Um barulho dos infernos. Sobre as escrivaninhas, calculadoras Facit, daquelas com manivela e teclado alfa-numérico, faziam as quatro operações. E a gente fechava balanço com aquilo, pode?
Um abraço
Valter, com as máquinas de Telex nunca. Máquinas de datilografia sim: a Remington, Olliveti, Underwood...
Eu tenho até hoje uma Olliveti Lettera 22, portátil. A gente saltava do avião com ela como se fosse uma maleta, dava um status danado... Hoje nem lap-top dá mais status a ninguém...
Aquela maquineta da Facit, a gente chamava de "reco-reco". Ia pra frente e pra trás, tinha de ter preparo intelectual e principalmente físico para lidar com elas. A mão direita ajeitava as alavancas com os números e ainda girava a manivela. A esquerda selecionva as ordens de grandeza: 10, 100, 1000 etc. Uma lenha. E a Facit elétrica? Parecia um tanque de guerra, uma usina funcionando... Quando travava era um drama.
Taí, Valter, você me deu uma idéia boa. Vou tentar achar uma tipo "reco-reco" numa feira de antiguidades dessas daqui. E lá vem post...
Abraços
PS - E o mimiógrafo? Te peguei nessa...
Adelino, sim o mimeoógrafo! A gente fazia as fichas tríplices nele, lembra? Partidas dobradas. Quem tem deve, quem deve tem haver!
E depois ía tudo para uma prensa manual, onde a gente fazia os livros-razão. Puta mão de obra, uma sujeira danada!
Poxa, viajei!
Bração procê
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