DESAFINADO...
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Certa vez, um pianista não conseguia dormir por causa de um galo que cantava durante o dia bem nos fundos de seu apartamento, um terreno baldio. Munido de coragem e diplomacia foi pessoalmente pedir ao dono do galináceo que o tirasse dali ou o colocasse em outro lugar.
- Tudo bem, vou tirar, mas o galo canta baixo, e o senhor com a janela fechada nem ouve nada. Não estou entendendo.
- É verdade, concordou ele. Mas o problema não é propriamente o volume do canto do galo...
- Mas se não é, qual o motivo, então? Posso saber?
- Pode: este galo não sabe cantar, canta desafinado... E eu passo o tempo todo e às vezes até a noite inteira tentando mentalmente transpor para uma pauta imaginária as notas musicais que ele emite tão mal... E não consigo... Acordo fatigado...
- Tudo bem, vou tirar, mas o galo canta baixo, e o senhor com a janela fechada nem ouve nada. Não estou entendendo.
- É verdade, concordou ele. Mas o problema não é propriamente o volume do canto do galo...
- Mas se não é, qual o motivo, então? Posso saber?
- Pode: este galo não sabe cantar, canta desafinado... E eu passo o tempo todo e às vezes até a noite inteira tentando mentalmente transpor para uma pauta imaginária as notas musicais que ele emite tão mal... E não consigo... Acordo fatigado...
Claro que diante de argumento tão contundente e justo, o dono da ave, para tranqüilidade do pianista, levou o seu galo para cantar noutra freguesia.
Parece piada, mas não é. Este fato pitoresco é absolutamente real e aconteceu no final da década de 1950. O tal pianista (compositor e arranjador de música popular) era marido de nossa prima, e na ocasião moravam no bairro de Ipanema, Rio. Estaria aquele galo já influenciado pela Bossa Nova que despontava? Quem sabe?
11 Comments:
Adelino, seria o Tom Jobim o maestro?
Abração
Pobre do galo, confusãode sentimentos!
O que não ficamos sabendo,é se o galo transformou-se num grande artista, e o músico aposentou as chuteiras,ou os instrumentos musicais.
Um abraço
Valter e Anna, fui privilediado com o Beta, um "avanço" do B blogger. Não sei este comment vai aparecer. Estou "desfinando"...
Depois escrevo mais.
Abraços
Adelino, também passei para a versão nova e estou comentando novamente. Está com problemas?
Abraço
Com muitos problemas. Nem comentar consigo. Vamos tentando.
Abs
Adelino
Não, VALTER, não era o Tom Jobim, mas bem que poderia ser, porque eram contemporâneos, e até se conheciam. Ele gravou uns dois LP´s (gostou dos LP´s?), sendo que num deles tinha um close-up da atriz Iris Bruzzi na capa.
Um abraço e bom domingo.
ANNA, o destino do galo deve ter sido uma mesa enfeitada, ele lá em cima, cheio de farofa e passas...
O pianista fez um relativo sucesso. E poderia até ter ficado famoso, mas era um idealista. Talvez em conte isto em outra oportunidade.
Um abraço, Anna,e bom domingo.
Adelino, galo e piano não combinam. Um tem rabo e outro cauda.São de espécies diversas.Fez bem o dono do galo.Ele, o galo, deveria ser caipira!
Boa essa, EDUARDO. Um tem rabo e o outro, cauda. Acho até que o pobre do galo cantava normalmente, mas o problema era saber a tonalidade, que parecia indefinida.
Um abraço
Adelino, o piano tem cauda, o galo tem rabo e a galinha sempre dá um bom caldo. Tá bom, essa foi horrível. Já está com 9! Só falta mais um pouquinho pra ganhar 10.
Beijos.
Helô, como eu disse não sei onde e nem quando, o propósito deste bloguinho é não deixar comentário sem resposta, ainda que tardia. Minhas desculpas pelo atraso, mas vamos lá:
1 - Se o 9 foi pelo trocadilho, não concordo: 10 pra ele...
2 - Se o 9 foi para o blog, também não. Teria sido bondade sua: nota 6 tá de bom tamanho...
Beijos
Adelino
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