REENCONTRO...
(Gravura da Internet)
Há muito tempo, ganhei de uma tia que morava em Belo Horizonte um livro de capa vermelha, maleável, de nome Coração, de Edmundo De Amicis, traduzido do italiano. Eu o li por inteiro, embora fosse um livro triste para o meu gosto de menino, então com sete, oito anos de idade. Por isso não dei a mínima importância quando ele sumiu e nem fiz qualquer esforço para encontrá-lo. Entretanto, quarenta anos depois, achei escondidinho no canto de uma livraria um novo Coração. Era antigo, mas estava perfeito, parecia intocado. Dei uma olhada nele, li e reli alguns trechos, recordei a infância. Compro ou não? Fiquei na dúvida. Não, não comprei. Achei melhor devolvê-lo à estante de onde o tirara. Senti que apesar de transcorrido tanto tempo ele me parecia mais triste no presente do que era no passado...
Há muito tempo, ganhei de uma tia que morava em Belo Horizonte um livro de capa vermelha, maleável, de nome Coração, de Edmundo De Amicis, traduzido do italiano. Eu o li por inteiro, embora fosse um livro triste para o meu gosto de menino, então com sete, oito anos de idade. Por isso não dei a mínima importância quando ele sumiu e nem fiz qualquer esforço para encontrá-lo. Entretanto, quarenta anos depois, achei escondidinho no canto de uma livraria um novo Coração. Era antigo, mas estava perfeito, parecia intocado. Dei uma olhada nele, li e reli alguns trechos, recordei a infância. Compro ou não? Fiquei na dúvida. Não, não comprei. Achei melhor devolvê-lo à estante de onde o tirara. Senti que apesar de transcorrido tanto tempo ele me parecia mais triste no presente do que era no passado...
Adelino P. Silva
23 Comments:
A HELÔ, sugeriu que eu chamasse este blog (?) de "Eu tenho tudo".
Poderia ser também "Água com açúcar"... A vantagem do "Mais ou menos" é que ele pode ser + - qualquer coisa.
Oi, Adelino,
Primeiramente, meus parabéns pela "coragem", rsrsrsrsr, em montar seu blogue, coisa que há muito eu solicito. Tenho a certeza de que esse será um ponto de encontro de muitos amigos e admiradores do Adelino, que eu chamo, faz tempo, de "blogueiro sem blogue".
Ops! Chamava, agora não mais.Habemus "Mais ou Menos Nostalgia" !
Quanto ao assunto do post, recordações dos nossos tempos de menino, sempre procuro preservar aqueles acontecimentos, livres de comparações, sejam quais forem. Deixo-as, as gostosas, ou não, recordações, puras e intocadas.
Complemento, dizendo, ai meio escrachadamente, que prazo de validade é oscambau!
Vieste pra ficar!
NÓS EXIGIMOS!
Abração
fernando cals
ps: a seguir, linkar e divulgar.
fc
Concordo com o Fernando,claro que,por não ter a intimidade necessária,com palavras mais delicadas;mas que significam a mesma coisa:Nada de ir embora;quando não tiver nada pra postar,não se vexe;é só aguardar um pouco que aparece.Um abraço e seja benvindo.
Oi, Avelino. Cheguei aqui via Perplexo-Observador, he he. E duvido que consigas parar, agora que começaste, isto aqui nos prende que é uma beleza.
e, com tantos amigos, a gente tem sempre algo a dizer, ou a ouvir.
Bem-vindo.
abraço, garoto
Parabéns pelo blog.
Está ótimo !
abraços
Adelino, deixei meu comentário sobre o blogue lá no primeiro post. Parabéns pela coragem de se tornar o mais novo blogueiro da área. Já era tempo, garoto! Estou feliz por ser um tanto "culpado" disto. É uma culpa pra lá de gostosa. Quanto a este post, também tenho uma história parecida. Meu livro de cabeceira é "Confesso que Vivi", do Neruda. Ele está com as folhas soltas, todo rabiscado de anotações, sujinho de tudo. Outro dia, passando numa feira dominical, vi um novinho em folha, encadernação especial, igualzinho ao meu. Quis comprar, mas desisti. Ainda acho que o meu, do jeitinho que está, é que me vale a pena. Providenciarei o link lá no Infinito. Abraços e bom ano.
Denise, corrige o nome do Homi aí: é Adelino, viu menina?
Adelino: a Denise é nossa amiga lá do Perplexo, gente nossa, perdoa moça, tá?
Bom quanto ao assunto do post eu acho que um livro sempre chega na hora certa se marcou leia, senão deixa prá lá que a hora dele chega. Acontecia um treco esquisito quando eu lía Henry Miller. Me batia uma baita depressão, ficava mau por dias. Mas nunca deixei de ler. Anos depois foi diagnosticada uma depressão séria, que me acompanha desde a infância e "descobrí" que nada tinha a ver com a leitura do livro. Na época pensei: ainda bem que não deixei de ler o livro senão teria me privado de um grande autor.
Parabéns pelo blog.
PS: já estás linkado no perplexoinside
Adelino
Recomendado pelo Cals, cheguei aqui e peço que o prorrogue o prazo de validade do blog por mais 30 dias....
E que a cada 30 dias o faça de novo!
Parabéns!
Adelino, o que quer dizer uma pessoa "experiente"?...eu estou com 63, e me falta chegar lá!
Mais uma vez parabéns pelo blog, e como sou novato no assunto, tenho muito que aprender, com o seu!Nada de 30 dias!
Também acho que certas coisas pertencem ao passado e quando colocadas no presente, perdem seu encanto.
Algumas coisas que eu fazia na minha adolescencia em Brasilia eu nem tento repetir quando vou lá, porque não teria mesmo a menor graça.
Como assistir Guerra nas Estrelas: eu era pequena quando passou e fiquei fascinada, mas acho que se assistisse os mesmos epísódios hoje, já ia começar a achar os efeitos especiais fraquinhos, a princesa Lea cafona etc etc
Então, nem vejo!
Fiquei muito feliz hoje quando o Valter me falou do seu blog.
Sabes que há muito queríamos que voce tivesse o seu blog.
É uma pessoa inteligente, sensível, e tem muito a nos oferecer através do blog, estava no privando disso.
Bom agora podemos nos falar sempre sem utilizar o espaço do Fernando, que cá prá nós, abusávamos né?
Um grande abraço, e seja muito bem vindo ao nosso meio.
FERNANDO, eu já comentei isso lá no Observador, mas vale a pensa repetir: viu o motivo pelo qual deixei o blog de “molho” por alguns dias?... Além de estar em fase de experiência (se fosse uma publicação impressa teria o número ZERO), eu sabia que se saísse no Observador, imediatamente íamos ter dezenas de amigos novos e antigos visitando e comentando, e eu não me sentia preparado para tanto. Seria assim como um comercial ocupando o espaço entre o “JN e a novela da oito”, mal comparando, claro, pois o Observador é melhor (sem demérito para com os demais blogs e blogueiros, é evidente).
Quanto às comparações, Fernando, eu as acho interessante, desde que, como você disse, sem um saudosismo exacerbado, sem depreciar uma ou outra época. É curioso, por exemplo, sabermos que em 1963, uma ligação telefônica para Belo Horizonte levava cerca de três horas para ser completada; que uma palavra num telegrama da Western Union custava uma fortuna, motivo de mensagens assim: “VÔO 115 VASP”... O destinatário se quisesse é que fosse descobrir a que horas e em que aeroporto chegaria o vôo 115 da VASP... Nada de abraços, beijos e assinatura...
Finalizando, você deve ter notado que fiz questão de excluir os assuntos futebol e política do blog. Isso a gente discute no Observador... Aqui é “água com açúcar” mesmo...
Um abração, e um muito obrigado mesmo.
Adelino
GERSON ALBUQUERQUE, obrigado pela força. Diante de tantas “cobras blogueiras” a gente fica mesmo sem jeito, mas com o apoio deles vamos levando pra frente. Conte com a minha ajuda no que for possível. O meu e-mail está lá, acho que está. Viu só? Eu nem sei se está... Valeu, Gerson.
Um abraço do
Adelino
ANUNCIAÇÃO, obrigado. Você também foi citada pelo Fernando como umas das “estrelas” do blog dele, lembra-se disso? Foi uma grande honra para nós.
Um abraço do
Adelino
Olá, DENISE, obrigado pelo “garoto”... E bota “garoto” nisso (somando as idades, claro...) Assim é bom porque nunca vai faltar assunto, e nem história pra contar... Espero vê-la sempre por aqui. Eu também vou comentar no seu blog, o Fernando deve tê-lo indicado também.
Um abraço do
Adelino
Obrigado, ÍTALO DE PAULA PINTO. O elogio de vocês só aumentam a minha responsabilidade. Mas vale a pena.
Abraços do
Adelino
Caro ERY ROBERTO, vou revelar uma coisa: apesar de pouco comentar no seu blog eu tenho um profundo respeito e simpatia pela sua pessoa e pelo que escreve. E tenho razões sentimentais para isso: quando perdi minha esposa, em março do ano passado, você foi um dos que me deram indiretamente grande apoio. Talvez não se lembre disso. Mas a gente não esquece atitudes bonitas e elegantes como as suas.
Quanto aos livros eu às vezes digo que livro bom é aquele bem rabiscado, anotado, alisado, analisado, sentido, enfim, “ensebado” (no bom sentido). Artur da Távola, disse numa crônica que “a verdadeira vida dos livros começa nos sebos”. Por sinal, eu achei num sebo um livro dele com uma dedicatória do próprio (manuscrita) verdadeiramente sugestiva. Talvez, com o consentimento dele, eu publique um post sobre o assunto,quem sabe?
A sua relação com o “Confesso que vivi” é semelhante à minha com o “Coração”. Só não é igual porque o “meu” “Coração” sumiu quando eu era criança. E, por ser triste, eu não o procurei, e nem quis encontrá-lo mais.
Muito obrigado e um grande abraço.
Adelino
VALTER, como você dá uma bronca publicamente na Denise? Já me chamaram de Avelino algumas vezes, não tem problema. O que vale é o carinho e atenção dela (mas, cá entre nós, obrigado pelo “toque”...)
Felizmente, Valter, eu não me deixo influenciar (quer dizer, é coisa que não depende da gente) por filmes, novelas ou livros. É até desagradável, porque às vezes, se me comovo numa cena de filme, logo me vem à mente o bom trabalho do intérprete, dos diretores, e do próprio autor da história. Aí procuro me desligar do trabalho deles para me comover.
No seu caso, poderia ter sido a depressão que o levava a ler Henry Miller ou Henry Miller que o levava à depressão, mas pelo jeito, nem uma coisa nem outra. Era gosto pela leitura mesmo.
Muito obrigado, Valter. Um grande abraço do
Adelino
FERNANDO HENRIQUE, é uma boa saída, mas espero que me prestigie sempre. Com o tempo vou descobrindo os blogs de vocês todos. O Cals me passou uma grande responsabilidade divulgando o blog no “horário nobre”...
Um abraço, Henrique. Obrigado.
Adelino
EDUARDO, uma pessoa “experiente” é uma pessoa vivida, que tem alguma coisa pra contar, que tenha vivenciado épocas como a de Getúlio Vargas, JK, Jânio Quadros... Que tenha assistido a primeira exibição de um filme em Cinemascope, no Metro Passeio, que tenha ido às sessões passatempo do Cineac Trianon (hein, Fernando?), que tenha tido uma Lambretta, uma Vespa, um Jeep Land Rover, ano 52, cor verde ou um Citroen preto; que tenha visto o Brasil ganhar da Suécia de 7x1, da Espanha de 6x1, que tenha chorado de tristeza na Copa de 50 e de alegria na de 58... Por aí você sabe o que é um “experiente”. Mas tem de saber ser um “experiente”. Se nada disso marcou uma pessoa, então, ao contrário do livro de Pablo Neruda do ERY ROBERTO, “Confesso que NÃO Vivi”...
Muito obrigado pelo prestígio, Eduardo. Abraço do
Adelino
PS – Sobre edição de um blog, Eduardo, ainda estou tateando também, pisando em ovos.
CLÁUDIA, não se trata de repetir coisas do passado, tentar reviver os mesmos sentimentos, ficar comparando, como disse o Cals. Mas recordar é bom. E não creio que as coisas passadas percam o seu encanto. Quando conto para um jovem que no “meu tempo” (que é hoje também, claro, isto é força de expressão) um rapaz pedia licença para pegar na mão da menina para que atravessassem uma rua perigosa, que iam ao cinema para realmente assistirem ao filme, que ele abria a porta do carro para a namorada que ele não chamava de “cara”, mas sim pelo nome dela, etc. etc. e põe etc. nisso, eles ficam maravilhados. Quantas expressões eu já ouvi deles de “...era lindo, gostaria que hoje em dia também fosse assim...”
Bem, este é um aspecto do caso. É claro que não é a mesma coisa hoje você assistir a Guerra nas Estrelas com o mesmo espírito da época em que era criança/adolescente. Claro que a Princesa Lea para os padrões de hoje é cafona, os efeitos especiais fraquinhos. Se você visse os “efeitos especiais” da série cinematográfica Flash Gordon no Planeta Mongo morreria de rir. E as cordas que mantinham o Capitão Marvel, “voando”? A gente fingia que não via. Senão acabava o encanto. Até as ruas em que brincávamos nos parecem hoje bem menores. Aquele prédio “enorme” é pequeno.
Em suma, reviver sem ficar preso ao passado, aí acho que é o certo. Há os presos ao passado que se recusam até a usar os caixas eletrônicos, códigos de barras; acham que o computador morde, explode.
O meu blog, Cláudia pretende ser assim: sem se ater ao passado, mas falar dele, mas nem sempre. Por isso o Mais ou Menos. Nem mais nem menos...
Espero que compareça sempre.
Um grande abraço do
Adelino
PS – Cláudia, em tempo: experimente ver o filme “Singing in the Rain” (sem prevenções) e me diga se é coisa do passado, que perdeu o seu encanto e que deva ser deixado por lá. Veja a interpretação de Ingrid Bergman em Casablanca. Até Tom Hanks em entrevista no programa In Actor´s Studio disse que considera a interpretação de Ingrid Bergman (Ilza), como o maior momento da história do cinema. Tudo bem, é opinião dele, mas convenhamos que ele tem autoridade para falar assim. Abs Adelino.
ANNA, muito obrigado pelo apoio, mas vamos sim continuar a usar o espaço do Fernando... E ele - esperamos - use o nosso, claro. Sem este intercâmbio de comentários/visitas isto perde o sentido de existir.
Anna, estou com dificuldades de acessar o seu blog. Teria outro endereço?
Um abraço do
Adelino
Vai ver era o seu antigo livro...
Bem_Vindo à Blogolândia.
abçs
Ah... e sobre o 'about me' à direita, só digo uma coisa: "não existe ex-blogueiro".
Boa Sorte
Muito obrigado, GUGALA, pelo incentivo.
É verdade, se fosse o mesmo livro até que seria um final bem interessante.
Um abraço
Adelino
Adelino, pessoa EXPERIENTE pisa em ovos sem quebra~los!Vá em frente.
Adelino, também aqui cheguei via Cals. Que ótimo! Teu post me arremessou para mais de 30 anos no passado. Também ganhei, quando menino, o "Coração". Mas Mamãe, sabedora do teor melancólico do texto, conseguiu, com habilidade, que eu me "esquecesse" do tal livro, sugerindo-me outras leituras. Hoje ando, pela biblioteca dela, em busca desse meu exemplar, que é de capa dura. É bem provável que, se o achar, não o leia, pois, agora, sou mais sensível à tristeza do que quando criança. Mas o quero em minha estante pois seu significado, para mim, está muito além da bela história que traz.
Grande abraço,
Bassalo
Adelino, não dei bronca na Denise não, foi só minha maneira estúpida de falar, vai desculpando o mau jeito.
Diz prámim, qual é a dificuldade de acessar o blog da Aninha prá gente poder ver o que é. Tenta por aqui:"http://omeujeitodeser.blogspot.com"
Grande abraço
EDUARDO, mas há que ter cuidado sempre...
Um abraço
Adelino
BASSALO, acho que tudo é questão de época, não é? Outro dia li uma crônica de Arnaldo Jabor na qual ele conta que o leu muitas vezes esse livro. O "Coração" talvez estivesse para o passado assim como "O Pequeno Príncipe" esteve para uma certa fase mais recente de nossa história.
Um grande abraço, e obrigado pelo prestígio.
Adelino
VALTER, nada de ficar pedindo desculpas, o que é isso? Aí então eu vou ter de desculpas por ter dito que deste "bronca" na DENISE? Pára com isso... Você sabe o quanto é querido por todos e fica aí fazendo "charminho"...
Valeu a dica: consegui acessar o "Meu Jeito de Ser". Vou comparecer sempre. Eu acho que o problema era daqui mesmo. Com a velocidade de acesso duplicado melhorou muito.
Um grande abraço.
Adelino!
Tomei a liberdade de anunciar seu blog lá no meu cantinho.
Também já te linkei. Aliás não fui eu, foi o Valter, que é na verdade quem coloca todos os meus links.
Ele têm mais tempo do que eu.
Um abraço
ANNA, obrigado.
Como sabe, tenho muito a aprender com relação a blog.
Não sei ainda nem como colocar links dos outros blogs ali de lado, mas já estou aprendendo. De início (na "inauguração") chegamos a colocar o "Meu Jeito de Ser", mas a máquina estava meio lenta. Diz ao Valter que ele quiser me ensinar ele sabe meus e-mails...
Um abraço do
Adelino
PS - Gostei das fotos dos legumes sem agrotóxicos.
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