26 setembro 2007

O "MEU" CINEMA - (Parte 2)

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Muito novo que eu era, não sabia nada sobre cinema, tanto sob o aspecto técnico como artístico. O pouco que eu conhecia vinha das conversas com a minha irmã mais nova, freqüentadora assídua das “salas de projeção” da cidade. Nem se sonhava ainda com os modernos aparelhos audiovisuais domésticos de hoje. O rádio, o cinema, os jornais e livros eram as grandes fontes de entretenimento, de informação e de cultura da população.

Minha irmã vivia sonhando com seus artistas prediletos. Recortava e conservava tudo o que sobre eles era pubicado dos jornais do Rio e São Paulo. E em revistas como A Scena Muda, que ela ganhava do namorado ou comprava na única banca de jornais da cidade. Num caderno improvisado em álbum, colava com grude as fotos dos seus ídolos, astros e estrelas de Hollywood. Em tempo: “grude” era uma cola caseira resultante da mistura de polvilho e água levada ao fogo numa vasilha...

Pelo seu entusiasmo dava para notar que seus artistas favoritos eram: Tyrone Power, Humphrey Bogart, Gary Cooper, Clark Gable, Douglas Fairbanks Jr., James Stewart, Lon Channey Jr., Errol Flynn, Spencer Tracy, Glenn Ford, Frank Sinatra, Tyrone Power, Cary Grant, Laurence Olivier, Gregory Peck, Rita Hayworth, Deanna Durbin, Ingrid Bergman, Bette Davis, Jane Wyatt, Joan Fontaine, Heddy Lammar, Paulete Goddard, Alice Faye, Carole Landis, Shirley Temple e tantos outros. E os filmes mais comentados: “Casablanca”, “...E o Vento Levou...”, “Gunga Din”, “Beau Geste”, “Gilda”, “O Morro dos Ventos Uivantes”, “Rebecca, a Mulher Inesquecível”, “A Dama das Camélias”, “Sangue e Areia”, "Paraíso Perdido" e muitos outros...

Certa ocasião um filme ficou muito em evidência: "Du Barry Era um Pedaço". Eu entendia como “Do barril era um pedaço”... Ficava imaginando o que tinha de diferente um filme sobre um “pedaço de barril” para fazer tanto sucesso... Mas não era nada disso: “pedaço” era expressão usada para designar uma “pessoa atraente, bonita”, geralmente do sexo feminino. O título do filme fazia referência à Madame Du Barry, ao que tudo indica uma mulher elegante, sedutora, enfim, "um pedaço”, daí o nome do filme. Estava desvendado o mistério do imaginário “barril”... (Continua)
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Jane Wyatt (Paraíso Perdido) (captured from internet)
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11 Comments:

Blogger valter ferraz said...

Adelino, hoje estava particularmente difícil comentar, as caixas de comentários não abriam, nem a minha. Coisas do blogger. Acho que a infra estrutura dos caras está ficando sobrecarregada.
Bom, o que interessa é que estou aqui.
É muito bom te acompanhar nesse passeio por Uberaba da tua infância e ir descobrindo o cinema através dos teus olhos e palavras.
Esperamos a continuação.
Grande abraço

quinta-feira, setembro 27, 2007 7:53:00 PM  
Blogger marilia said...

Ah..ha, um pedaço de homem, minha mãe dizia também...
alias, ela dizia que homem bonito era um pedaço de mal caminho(?)(?)...
Sabe, eu adorava ver os filems da Greta Garbo, em preto e bRanco. anna Karenina, era meu predileto!!!

sexta-feira, setembro 28, 2007 9:56:00 PM  
Blogger Adelino P. Silva said...

O problema parece que é no Blogger, Valter. Ontem pediram até desculpas, mas continua difícil comentar. Interessante, porque antes de eu postar o Cap 2 quando entrei já tinha um comentário seu. Está tudo louco.
Eu gosto de relembrar essas coisas sim, Valter, embora procure não ficar muito preso a elas. As continuações ("to be continued") virão.
Grande abraço.

sábado, setembro 29, 2007 10:07:00 AM  
Blogger Adelino P. Silva said...

Marilia, a Greta Garbo é do seu tempo... Estou brincando, Marilia, nem do meu tempo não era. A Greta Garbo era bonita, mas seus filmes e algumas atuações iniciais de seus "partners" eram meio caricatas, não acha? Depois não, melhorou muito, com o cinema falado.
A Helô tinha mesmo usado a expressão "um pedaço de mau caminho" referindo-se ao Gregory Peck. Mas usavam-na mais com relação às mulheres. Pedaço de mau caminho nada, todo o caminho...
Beijos, bom fim de semana, e que o Galo cante desta vez...
Adelino

sábado, setembro 29, 2007 10:15:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Marilia e Valter, por "problemas técnicos" eu tive de mudar a imagem do post. Desculpem o transtorno...
Beijos pra Marilia, e abraço pro Valter.

sábado, setembro 29, 2007 10:24:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

"E muitos outros" são os melhores filmes (ou seríam "películas") que assisti.
Não podia deixar de dar uma relaxada e gozar do Adelino.
Strix.

sábado, setembro 29, 2007 11:12:00 AM  
Blogger O Meu Jeito de Ser said...

Acho que íamos ao cinema era extamente mais prá isso, para elegermos nossos ídolos e deles fazermos nossas companhias, colado em albuns, ou mesmo aqueles posters grandes na parede, só para ficarmos suspirando por nossos "pedaços de mau caminho".
Um beijo

domingo, setembro 30, 2007 6:41:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Grande Strix, é mesmo: películas, celulóides, écran...
Seja sempre bem vindo, Strix, não me aborreço com isso de forma alguma. Pelo contrário. Fique à vontade. Valeu.
Grande abraço

domingo, setembro 30, 2007 8:32:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Não há dúvida, Anna. Todos tínhamos nossos ídolos.
Eu admirava muito os Tom Tyler, Charles Starrett, Roy Rogers, Buster Crabbe, mas em compensação me apaixonava secretamente pelas Margaret O´Brien, Judy Garland, Shirley Temple, Maureen O´Sullivan, e até Joan Leslie...
Um beijo

domingo, setembro 30, 2007 8:38:00 AM  
Blogger Lord Broken Pottery said...

Adelino,
Falando em pedaço lembro logo da Ava Gardner. É a mulher mais linda sobra a qual meus olhos pousaram. Nunca vi nada igual. É claro que gosto não se deveria discutir, mas por ela até que encaro uma disputazinha. Belíssima!
Abração

terça-feira, outubro 02, 2007 2:40:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Caro Lord, é mesmo, gosto não se discute. E é bom que seja assim.
A Ava Gardner realmente não era um pedaço de mau caminho, era um caminho inteirinho... Como disse, merecia ser disputada num duelo...
Acaba de me dar uma boa sugestão de post. Aguarde.
Um grande abraço para você.

terça-feira, outubro 02, 2007 8:07:00 PM  

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