PRAZER - Tertúlia Virtual (15/04/2009)
De novo rebusco meu baú de lembranças e ali encontro a solução para o tema do Tertúlia Virtual de hoje. Pelo menos acho que encontrei: a história é real, mas o nome do personagem não é. Nem era eu, sempre tímido, sem muitas ousadias...
Início dos anos 50. Antônio, nosso amigo da terceira série do Colégio Marista, era uma boa pessoa, porém tinha um defeito irritante: ele se julgava o máximo em tudo, além de nutrir a certeza absoluta de que era "um bonitão, o tal”... Se uma garota olhasse para um grupo de quatro ou cinco rapazes do qual ele fizesse parte, certamente estaria "de olho nele, somente nele", dizia. Enfim, bom amigo, bom colega, extremamente presunçoso, porém. E mais: era chegado a usar palavras difíceis que nem ele sabia o que significavam. De vez em quando escorregava em algumas, incluindo citações em latim... Insistia, por exemplo, em falar “Dura lex “PEDE” lex” repetindo o famigerado slogan do Gumex, apesar de nossas tentativas em corrigi-lo.
Até que um dia, numa festividade no Colégio, ele foi apresentado aos pais de uma bonita menina que ele pretendia, ou melhor, "tinha certeza" de que ia namorar. Impossível escapar aos seus encantos, pensava o Antônio. Foi quando nas apresentações o pai da moça elegantemente estendeu-lhe a mão dizendo:
- “PRAZER em conhecê-lo”.
Ele, do alto de sua “nobreza”, de sua pompa e de seu convencimento, respondeu:
- “Reprise. Meu nome é Antônio.”
Seu cumprimento caiu como uma bomba no salão. “Reprise” para o Antônio era o mesmo que “igualmente”... Diante daquilo, os pais da “menina de seus sonhos" sumiram da festa para outra dependência do colégio levando, óbvio, a filha com eles. Nunca mais se viram...
No caso, lamentavelmente para o nosso vaidoso amigo Antônio, a simples palavra de seis letras “PRAZER”, tão significativa, tinha provocado um estrago irreparável em sua imagem de galã à moda antiga...
No ano seguinte ele foi morar em outra cidade. E nunca mais ouvimos falar nele ou dele.
Início dos anos 50. Antônio, nosso amigo da terceira série do Colégio Marista, era uma boa pessoa, porém tinha um defeito irritante: ele se julgava o máximo em tudo, além de nutrir a certeza absoluta de que era "um bonitão, o tal”... Se uma garota olhasse para um grupo de quatro ou cinco rapazes do qual ele fizesse parte, certamente estaria "de olho nele, somente nele", dizia. Enfim, bom amigo, bom colega, extremamente presunçoso, porém. E mais: era chegado a usar palavras difíceis que nem ele sabia o que significavam. De vez em quando escorregava em algumas, incluindo citações em latim... Insistia, por exemplo, em falar “Dura lex “PEDE” lex” repetindo o famigerado slogan do Gumex, apesar de nossas tentativas em corrigi-lo.
Até que um dia, numa festividade no Colégio, ele foi apresentado aos pais de uma bonita menina que ele pretendia, ou melhor, "tinha certeza" de que ia namorar. Impossível escapar aos seus encantos, pensava o Antônio. Foi quando nas apresentações o pai da moça elegantemente estendeu-lhe a mão dizendo:
- “PRAZER em conhecê-lo”.
Ele, do alto de sua “nobreza”, de sua pompa e de seu convencimento, respondeu:
- “Reprise. Meu nome é Antônio.”
Seu cumprimento caiu como uma bomba no salão. “Reprise” para o Antônio era o mesmo que “igualmente”... Diante daquilo, os pais da “menina de seus sonhos" sumiram da festa para outra dependência do colégio levando, óbvio, a filha com eles. Nunca mais se viram...
No caso, lamentavelmente para o nosso vaidoso amigo Antônio, a simples palavra de seis letras “PRAZER”, tão significativa, tinha provocado um estrago irreparável em sua imagem de galã à moda antiga...
No ano seguinte ele foi morar em outra cidade. E nunca mais ouvimos falar nele ou dele.
Missão cumprida, Eduardo?! Espero que sim...
54 Comments:
Reprise ser como igualmente?? Nem em sonhos,rsss.
Mas achei os pais da moça muito rigorosos. Mas enfim,não era pra ser...
Otimo dia,Adelino!!
Adelino, realmente, essa foi de matar. O pavão sempre termina se atrapalhando quando abre a cauda - o pavão humano, claro, porque o outro é belíssimo e autêntico.
Um bom dia pra você.
Este "prazer", ou melhor, a falta dele, custou caro ao "pavão".
Muito bem lembrado para a Tertúlia!
Um abração para você.
É verdade, às vezes quando queremos impressionar, terminamos exagerando e perdendo o principal. Estória engraçada! Que me perdoe o Eduardo.
Abraço! Também estou na Tertúlia.
Adelino
Agradeço sua visita e comentário.
Não tenho o dom da escrita, mas em boa hora aqui cheguei, pois de facto tenho encontrado pessoas maravilhosas, tal como coloquei no post.
Sua maneira de escrever é de fácil leitura e cativante, ao contrário de alguns posts que de tão elaborados, acabam por se parecerem com o seu amigo...
Beijo
Marie
hahahahaha reprise!! Se prazer é sentir alegria, foi a minha primeira gargalhada do dia!! Beijus
Olá Adelino,
O prazer atingi algumas esferas nem sempre percebidas..ou por serem óbvias demais são superficialmente analizadas.
O meu prazer não está nem um pouco perto do desprazer do outro, mesmo que isso seja uma ficção...Mas não deixa de ser uma maneira de sentir prazer.
obrigada pela visita esse universo é muito bom e essa extenção deve-se ao Tertúlias com certeza..prazer em conhecê-lo.
extensão (devidamente corrigido)
Muito prazeroso poder vir aqui e te ler meu amigo.
Belíssima participação... parabéns!
Esse dura lex não teve mesmo sorte!!!
adorei o seu baú.
trocar reprise por prazer, um grande erro.
@dis-cursos
Esta reprise me fez rir com prazer!
Abraços,
Fatima
Muito bom seu texto. Obrigada pela sua visita no Vida cotidiana.
Claro que na velhice se vive o prazer...a vida, e tudo mais que se quizer.
Mas é ótimo saber que com o tempo, acumulou todos os prazeres da vida...se viveu.
Pois é, quem quer parecer aquilo que não é se dá mal.
Isto me fez lembrar daquela velha piadinha do caipirinha que foi ao restaurante e, sem saber ler direito, escolheu um dos pratos do cardápio e lhe trouxeram sopa de abóbora.
Ao verem o prato resmungaram pois comiam aquilo no sítio a semana toda.
Viram que ao lado um casal, muito fino, deliciavam-se com pratos saborosíssimos.
Ficaram de olho e quando o garçom retornou o casal disse:BIS.
E, novamente, lhes trouxeram mais iguarias. Resolveram fazer o mesmo pensando nas delícias que comeriam, afinal haviam também pedido BIS. Nem preciso dizer o final. Já entendeu.
Quando não se sabe, melhor é ficar quieto.
Abraço
Angel
é com muito prazer que passo por aqui e me deleito com seu texto, parabens!!
bjocas
hahahah coisas que só os humanóides aprontam... rsr, bj, con
Adelino:
É como se alguém batesse à porta e o outro respondesse:"Between!".
Abraços
Günther.
Adelino,
só para registrar, eu nunca estudei no Colégio Marista...srsrs
Crumpriu de forma brilhante, como sempre! Esse baú tem histórias do arco da velha! E essa expressão, que é do tempo da minha avó, vem de onde?
Abração!
Ah, ah, ótima história ( como sempre ) Adelino !
abraço
Adelino
Somos adeptos dos prazeres humoristicos,gosto como escreves sempre uma curta estória porem prazeirosa
Gostei da história, Adelino! Seu baú tem sempre boas surpresas!
Bjs.
Excelente história.
Mais um António infeliz!!!... há muitos por aí sem se darem conta. Pelo menos esse, ao se aperceber foi-se... da vista rsssssssss
Beijinho
Obrigada pela passagem no meu Blog :)
Sempre que sabemos que há postagem nova no Adelino, é ter certeza de encontrar boas histórias.
Agora, esse seu amigo não está sózinho, ainda vemos hoje, pessoas que querendo enfeitar demais, acabam por estragar o belo e simples.
Um beijo
Mas então, DO, o nosso amigo achava que era a mesma coisa. E se deu mal até porque talvez o pai da menina já soubesse da personalidade dele.
Ótimo final de semana, e bons feriadaços.
Maristela, o mais interessante é que o “pavão” da nossa história foi reprovado na quarta série… Era “pavonice” demais, creio.
Abraços.
Ótimos feriados para você.
Maria Augusta, naquela época o personagem que seria anos depois interpretado por Sean Connery, o Bond, não existia ainda ou não era tão popular, caso contrário o nosso "pavão" teria dito: - “Bond, James Bond...”
Feliz final de semana e feriados.
Nanda, pelo que eu sei o nosso caro Eduardo não tem nada a ver com o tal “Antônio”, o "pavão" da história. O que eu quis dizer para o Eduardo no final da postagem era que eu estava cumprindo o meu compromisso assumido com o Tertúlia Virtual, coordenado por ele e pelo Jorge Pinheiro (Expresso da Linha).
Um abraço. Feliz final de semana.
Marie, eu não saberia fazer um blog de outro modo, simples como é. E não me canso de repetir que o Tertúlia, do Jorge e do Eduardo, tem a grande vantagem de permitir que conheçamos novos blogs e amigos blogueiros. Agradeço a sua visita. Obrigado pelo seu incentivo.
Um beijo. Feliz final de semana
O engraçado mesmo, Luma, é que o tal personagem existiu mesmo. E ele ainda aprontava outras, por exemplo: querendo demonstrar força, certa vez fazendo um teste de datilografia, quebrou (involuntariamente, claro) as hastes de duas letras da máquina de escrever… Acredita? Pelo menos ele contou isso.
Beijos. Feliz fim de semana. Bom feriadaço.
Selena, você tem razão, mas no caso do nosso amigo, nós não sentimos prazer em vê-lo enrolado com aquela apresentação. O fato apenas aconteceu, e que foi engraçado foi. Quem não teve a sensação do PRAZER foi o pai da moçoila e ela mesma vendo o seu “Príncipe encantado” escorregando na própria “pavonagem”, nas próprias “penas”... Quanto ao Tertúlia, cresce cada vez mais o número de participantes. Difícil visitar todos, mas vale a pena. E respondendo ao seu “Prazer em conhecê-lo”, eu respondo: “reprise”, isto é, igualmente… rs. Obrigado. Feliz fim de semana e feriado(s).
Serena, a sua participação também foi ótima. Obrigado pela visita. Feliz fim de semana. Um abraço.
Ju, e se me lembro bem, o nosso “heroi” usava Gumex…
Abraços. Ótimo fim de semana.
Ery, que maldade com o Henrique… E você não contou se ele foi embora ou esperou o “momento” certo do “instante”… A abordagem dele dele foi sensacional… E a “menina” demonstrou grande presença de espírito.
Um abraço. Ótimo fim de semana e feriadões... (País que empresta ao FMI pode se dar esse luxo, é chic...)
Fatima Cristina, o nosso “pavão” ouviu o galo cantar mas não sabia onde… E perdeu as graças da família da “menina-alvo”.
Abraços, obrigado pela visita, e feliz fim de semana.
Ana Rosa, existem pessoas que quando envelhecem acham que não têm direito a nenhum PRAZER na vida. Assumem isso de forma arraigada, persistente. É um erro, creio, acumular prazeres somente para lembranças futuras. Agora é o presente (que daqui a um segundo já será passado).
Um grande abraço.
Obrigado pela visita. Ótimos fim de semana e feriados.
Angel, gostei da piada. Vou tentar resumir outra: uma pessoa foi convidada a um banquete muito chic (palavra do momento) numa belíssima mansão. Temendo cometer gafes, resolveu fazer tudo o que a dona da casa faria à mesa. E assim foi. Tudo estava dando certo. Até que a “madame” pegou um pires e colocou nele um pouco de leite. Ele fez o mesmo. Só que a elegante senhora se abaixou e colocou no chão o pires com leite para o gatinho de estimação. E o nosso amigo ficou com o pires na mão…
Um abraço, feliz fim de semana.
Iva (seria seu nome, Compondo o Olhar?), muito obrigado. Feliz final de semana.
E como aprontam, Conceição… E foi verdade mesmo…
Beijos, feliz fim de semana.
Günther, e se vários batessem à porta ele responderia “Among!”, certamente...
Um abraço. Ótimo final de semana.
Eduardo, ao citá-lo no final do post a minha intenção foi avisá-lo de que eu tinha conseguido cumprir a minha missão com o Tertúlia… Claro que você não tinha nada a ver com o Antônio (que por sinal, foi reprovado naquele mesmo ano no Marista…)
Aquela história real era do “arco da velha” ou passada em “priscas eras”…
Um grande abraço. Meus parabéns pelo sucesso do Tertúlia. A você e Jorge. Feliz fim de semana.
Real, Peri, isto é que sorte…
Abraço.
Ótima semana.
Chico, não sou bom contador de piadas, mas gosto delas quando espirituosas. Rir faz bem, segundo os pesquisadores. A minha história aconteceu de verdade, não era piada. O Antônio não era muito chegado a estudar, mas queria esnobar, por isso levou “bomba” no final do ano. Coitado, nem teve o PRAZER de terminar a história com a “mocinha dos sonhos deles”. Chegou ao “The End” sem o “Happy”…
Grande abraço. Feliz fim de semana e ótimos feriados, afinal somos um país chic…
Sonia, nosso baú de memórias tem de tudo. Procuramos conservar as melhores, e delas retiramos a história real do Antônio (nome fictício). Beijos. Feliz fim de semana.
Ellen, é uma história real. É verdade, como tem pessoas iguais ao nosso amigo Antônio por aí. Acho que ele deve ter melhorado seu comportamento depois daquele “fora”. Esperamos que tenha encontra motivo para PRAZER em outras plagas…
Um beijo. Feliz fim de semana. Obrigado pela sua presença.
Tem toda a razão, Ana. Feliz das pessoas que nas coisas simples encontram o PRAZER de viver. Nada pior do que pessoas presunçosas e orgulhosas.
Beijos.
Um ótimo final de semana.
Olá caro amigo. Foi um Prazer entrar pela primeira vez en seu recanto. Gostei da história, ora o presunçoso gostava de reprise? Interessante, acontece a muito boa gente que se sente superior aos demais. Tudo de bom para si, foi mesmo um prazer estar aqui.
Ainda estou apreciando os prazeres...
ADOREI!
REPRISE mais histórias deste baú que vou gostar.
Beijoca.
Nilda.
http://meucantin5.blogspot.com/
hahahahahahahh!!!
Hilário, Adelino!
Boa semana
Às vezes o Ego nos trai,principalmente quando jovens,e às vezes é preciso um fato como este ocorrido, para acordarmos para vida.
Só aprendemos alguma coisa quando ganhamos experiências mesmo quando algo vem de encontro aos nossos desejos.
È a Lei da Polaridade.
Tudo na natureza é polar:sim e não, certo e errado.
O certo e o errado são conceitos relativos que existem para que possamos fazer as devidas escolhas, e aprendermos com as experiências.
Eduardo Santos, para este tipo de comportamento, mais cedo ou mais tarde a máscara do presunçoso cai. E sempre na hora certa.
Obrigado pelo seu prestígio comentando aqui. Apesar de atrasado por “motivo justo”, desejo-lhe um ótimo feriado e um final de semana feliz.
Nilda, este nosso baú de memórias é inesgotável… Qualquer hora conto mais… Beijo. Feliz feriado e ótimo final de semana.
Melhor ainda, Georgia, quando sabemos que o fato é real…
Feliz final de semana e ótimo feriado. Aí também é?
Gostei do comentário, Maria das Graças. Acho também que sábio é aquele que embora tendo suas próprias convicções não deixa de levar em consideração resultados positivos ou negativos oriundos de experiências vividas por outras pessoas, não acha?
Um abraço, bom feriado e ótimo final de semana.
Adelino,
Acho também o que disse,pois quando agimos mal como este seu colega cujo ego era exacerbado, claro que a sua má escolha o levaria como levou a uma experiência ruim.
Foi o que eu quis passar.
Ele sempre vaidoso e narcisista teve uma experiêcia contrária que até hoje deve ser lembrada por ele.
Ficou claro?
Maria das Graças.
Maria das Graças, muito bem analisado o problema do narcisismo amigo meu. Entendi.
Peço-lhe desculpas pela demora na "respota" ao seu comentário.
Um grande abraço. Feliz semana.
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