O DESEJO - Tertúlia Virtual (15-03-2009)

Mais uma vez o meus arquivos me salvam no Tertúlia Virtual: encontrei o texto abaixo que rabisquei há muitos anos com o título original “Moedas na areia”. Com paciência talvez o leiam até o final.
Perto de casa, a uns 100 metros, periodicamente era armado o tão fascinante parque de diversões. Espalhavam areia pelo terreno, depois montavam a roda-gigante, o tiro-ao-alvo, a montanha-russa, os carrinhos de fazer e vender pipocas. A minha historinha tem a ver com esses carrinhos...
Motivo: eu costumava achar com uma regularidade impressionante moedas de 40 (400 réis) ou 50 centavos (500 réis) cobertas pela areia nos locais onde na noite anterior estacionavam as tais carrocinhas de pipoca. Se alguém deixasse cair moedas, estas, sem ruído algum, se aprofundavam na areia, e lá ficavam escondidas até que aparecesse alguém para achá-las. E esse alguém era eu... De manhãzinha eu sempre cortava caminho por dentro do parque quando ia célere em direção ao Grupo Escolar Minas Gerais.
Esse achado "milagroso" acabou se transformando num fato tão rotineiro que eu tinha a “ousadia” de muitas vezes sair de casa sem levar dinheiro algum para comprar o Gibi ou o Globo Juvenil. Dizia cheio de confiança: “Vou comprar o Gibi. O dinheiro eu “pego” lá na areia do parque...” E encontrava mesmo, tal a minha vontade de que isso realmente acontecesse.
Então comecei a entender o sentido do ensinamento bíblico “A fé remove montanhas”. E me perguntava na minha ingenuidade de menino: “Se a fé remove montanhas, por que não também um montinho de areia que escondia uma preciosa moeda de 400 réis perdida num simples parque de diversões?” Não só a fé, mas também O DESEJO de uma criança.
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Adelino P. Silva
60 Comments:
Ah, Adelino, que coisa linda vc escreveu, amigo!
Visualizei fielmente o menino, correndo a procura de moedinhas no meio da areia, com seus olhos brilhantes, porque a fé dá um brilho diferente aos olhos.
A Bíblia aponta sabiamente as crianças como referência para alcançarmos corações sábios,
fiquei emocionada com seu pequeno e bem escrito texto,
abraço,
Que delícia este teu relato descrevendo o desejo de uma criança. Mas acho que esta capacidade de transformar o desejo em realidade rapidamente é principalmente para elas, que tem o coração puro. Quando se cresce é preciso batalhar muito para que isso aconteça.
Um abração e bom domingo.
Muito linda a sua história! Agora me diga: você ficava cavando a terra, buscando as moedinhas, ou elas simplesmente apareciam sobre a areia? Isso não muda nada na história, é só um detalhe, para eu visualizar melhor a cena. Parabéns.
Adelino e suas lindas e antigas histórias nostalgicas! Mais uma vez participa brilhantemente da Tertúlia! Obrigado, amigo! A moedinha te salvou! E a nós, que tinhamos o DESEJO de que participasse!
Ótima história, Adelino.
Essas areias eram a tua Fontanna di Trevi particular.
abraço
sementes... preciosas os desejos de uma criança! Linda história...! Bj
Adelino, suas histórias, suas memórias são sempre adoráveis, uma delícia de ler!
Bjs.
Nossa que coisa linda, emocionante, essa discrição de fé de criança, uma história cativante.
Emocionante mesmo.
Bjs no coração
Chris
Adelino, um tesouro sob sua nostalgias.
Desejo de fé, uma das coisas essencias para se sentir.
bjs.
@-discursos
Bom ainda bem que era só areia. Se fossem montanhas nem a Bíblia o salvava (com todo o respeito). Belo conto e bela adolescência. Abraço.
Adelino que desejo bom esse o seu de achar o dinheiro nas areias prá comprar o seu gibi. Hoje em dia os desejos por encontra uma moeda é para comprar outras coisas.
Boa lembranca.
Boa semana
Relembrar é manter viva a chama dentro de nós!
O passado não deve ser esquecido e sim trasformado em histórias como a sua pra nos encher de coisas boas!
Adorei conhecer seu blog... Tenha uma exelente semana!!!
coisa gostosinha este seu reviver desejos...de areia
Adelino,
A creio que você foi uma criança não apenas sortuda, mas também desejava intensamente, por isso o desejo de encontrar moeda era realizado.
Abraços.
olha!!! seu texto me emocionou muito... crianças sempre me emocionam, com sua pureza e alegria!! bela participação desta blogagem coletiva!!!!
parabens.
abraços
Pelos comentários anteriores até parece que a infância não foi como a "nossa". Fica evidente que viveram numa época em que as moedas até de alumínio eram feitas.Poucas pessoas se dignavam a ajuntar uma "moeda"(?) já que de nada valiam. Nem um bom-bom conseguiam.
Tá com meu filho um cofrinho da "Poupança Infantil" com moedinhas da época.
No "teu" tempo, deves lembrar, a poupança infantil "pagava" juros. Uma mixaria, mas, semestralmente, ía ao banco para que fosse atualizado o "saldo".
Agora, quando a escavocar areia atráz de moedinhas conto outro dia.
Espero.
Strix.
Um lindo e inocente desejo de criança que cabava virando uma gostosa realidade.
Muito bom seus acervos.
Um beijo
Isto é o que eu chamo de atenção ilimitada,hem Adelino,rsss
Abraços!!
Que bela participação!
Adelino, este é comentário convite para a blogagem coletiva O filme da minha vida que acontecerá em abril lá no Fio. Se puder, participe ou apareça para conferir o evento.
Abraço!
Ester, minhas desculpas por somente hoje “comentar os comentários”. Estive fora por uns dias.
Muito obrigado pelo elogio ao texto, muito simples como sempre. Relato de um fato real.
Um abraço.
Maria Augusta, parece invenção minha, mas não é não. Esse caso das moedas é absolutamernte real. E não acontecia somente com elas. Achar objetos perdidos era tarefa fácil usando a força do desejo, que nada mais era do que a chamada força do pensamento. Adultos, influenciados por outros fatores, o ”poder” vai se extingue.
Um abraço. Ótima semana.
Janaina, você mostra com essa pergunta - foi o que comentei aqui com uma querida amiga -, o seu dom de grande escritora. Esclarecendo: as moedas ficavam sob a areia, provavelmente e quase certamente perdidas por ocasião da compra de pipocas das carrocinhas. A gente revolvia a areia e lá estavam elas, pelo menos uma.
Um grande abraço. Muito obrigado.
PS – Desculpe-me pela demora no comentário, mas estive fora por uns dias, sem "lenço e sem documento", ou seja, sem PC…
Maria Augusta, parece invenção minha, mas não é não. Esse caso das moedas é absolutamernte real. E não acontecia somente com elas. Achar objetos perdidos era tarefa fácil usando a força do desejo, que nada mais era do que a chamada força do pensamento. Adultos, influenciados por outros fatores, o ”poder” vai se extinguindo.
Um abraço. Ótima semana.
Eduardo, nostálgicas sim, mas nem sempre, quase sempre eu diria, são alegres. Esta história real é uma delas. E a moedinha me salvou… Compromisso assumido, compromisso cumprido. Atrasei um pouco e não participei muito dos comentários na semana devida porque estive ausente por uns dias.
Grande abraço. Conte sempre com a minha modesta participação. É um prazer.
É verdade, Peri, criaram uma “Fontanna di Trevi” involuntária. Areia no lugar de água... Funcionava ao contrário, para a nossa alegria de criança.
Abraços.
Vi, nem sempre nostalgia significa tristeza, não é? E mesmo se fosse, seria mais ou menos. Muito menos, sempre. Beijo.
Sonia, obrigado. Li a sua história dos livros que doou para a biblioteca, e que se perderam numa tempestade. Parece que estamos assistindo a um filme. Gostei muito.
Beijos.
Chris, sem contar a vez em que eu fui para uma prova no primeiro ginasial sem saber nadinha, isto é, apenas um dos 20 temas propostos. Entrei numa igreja e DESEJEI ardentemente, claro, para que caísse algo que eu soubesse. Caiu… Tirei 7,5… Viu, como funciona?!
Beijos. Ótima semana.
Ju, acho que todos os humanos têm o poder de remover montanhas. O problema é que, muitas vezes, não sabemos usá-lo nem para remover um pequenino obstáculo.
Beijos.
Pois então, “Expresso”, talvez, quem sabe, temos esse poder e não sabemos usá-lo? Muito grato pelo incentivo.
Grande abraço. Feliz semana.
Georgia, gosto do seu modo de ser direta nas suas opiniões. E naquela época os pais e educadores se preocupavam quando nos viam lendo os inocentes gibis, veja só. A gente lia, mas meio ressabiados…
Um abraço. Feliz semana.
PS – Minhas desculpas pelo atraso na participação, mas o motivo foi saudavelmente justo.
Natasha, como disse, estive ausente por uns dias, motivo do atraso na atenção aos comentários e pouca participação nos outros blogs, mas mesmo assim, irei em todos da relação ver o que publicaram e comentaram. Concordo contigo: relembrar é muito bom. As lembranças boas nos trazem alegrias e bom humor, das não tão boas, aprendizado, experiência.
Excelente semana pra você também. Vou visitar seu blog depois de “colocar em dia” os comentários do Tertúlia.
Maria de Fátima, o que eu contei/relembrei é real mesmo. Coisas boas da infância de menino passada em cidade pequena.
Ótima semana para você. Obrigado.
Valdeir, é isto mesmo. Sortuda foram todas as pessoas que cresceram/viveram em paz de criança, principalmente em cidade pequena. Alma de criança ainda não influenciada pelos preconceitos e “sabedoria” dos adultos.
Abraços pra você. Ótima semana.
Ivany, obrigado por ter gostado. O importante é que os “milagres” de fato aconteciam, movidos pela fé e pelo DESEJO de um espírito infantil.
Sobre as blogagens coletivas, existem blogueiros que não apreciam, eu acho entretanto que eles servem para exercitar nossa criatividade, além de nos proporcionar o conhecimento de novos amigos(as) blogueiros(as), o que foi o seu caso.
Um grande abraço.
Ery, não vou ficar aqui repetindo a admiração que tenho pelo caro amigo que sempre nos traz palavras de carinho e incentivo. Você já sabe o que penso.
O caro Eduardo, com o excelente Tertúlia nos obrigada a essas improvisações, a essas buscas lá no fundo do baú onde encontramos passagens felizes da vida real.
Obrigado mais uma vez. Feliz semana.
Strix, bem lembrado. Recordo-me das famosas cadernetas da Caixa Econômica Federal. Ali eram anotadas as quantias depositadas. Faziam–se os depósitos diretamente nos caixas, e ali mesmo eram anotados manualmente os valores à tinta azul. E também os juros que eram atualizados mediante a apresentação das cadernetas.
Sobre as moedas na areia, Strix, a Janaina Amado perguntou-me se elas “apareciam” lá. Apareciam depois de revolvermos muito superficialmente a camada de areia que cobria o terreno do parque de diversões. Tudo bem, lá estavam, mas descobri-las era o segredo, o DESEJO de, a fé.
Grande abraço, Strix, seus depoimentos são sempre bem recebidos.
Ana, um DESEJO que se realizava através da fé que “removia montanhas”.
Um beijo.
Do, gostei do termo que você empregou: “atenção ilimitada”. Valeu.
Abraços.
Vanessa, claro que participarei. O tema é formidável. Gosto demais de cinema de qualquer época. Eu já pensei em alguma coisa parecida, mas deixo aqui uma sugestão: em vez de apenas um filme, por que não “os dez filmes de minha vida”? Explico: muitas pessoas ficarão extremamente divididas entre dois, três ou mais filmes. Você poderia até limitar para cinco ou seis.
Abraços. Feliz semana.
Adelino
A pureza de um garoto, faz milagre viu.
Uma delicia seu post.
Beijinhos e bom final de semana.
Sensibilidade!
è a única palavra que me ocorre ao ler teu texto.
beijão, querido. Bom fim de semana.
Luci, obrigado por suas palavras. A simplicidade de uma criança faz milagres mesmo. Um feliz semana para você. Beijos.
Cris, simplicidade que acaba em sensibilidade. Pode ser.
Um beijo.
Feliz semana para você.
Um texto tão visual... a trabalhar o riso interior.
e o menino até saía sem dinheito.
Tardiamente, eu sei, mas o "desejo" me trouxe até aqui. gostei. Voltar cá com mais tempo...
A fé, é a fé! Quando a perdemos, perdemo-nos também. E aos desejos!
Abraços promaveris,
Lília
Olá Adelino, tem selinho pra vc lá no meu blog, bjs.
Ola querido
Tem um Mimo pra voce no Interagindo.
Bjs no coração
Passando para saber como vc está?
Boa semana
Dulcineia, muito obrigado pela sua presença aqui. Confesso que estou um pouquinho afastado do bloguinho, mas esta época do ano é mesmo meio difícil.
Claro, sem o “desejo” não conseguimos nada. O desejo tem a ver com o poder do pensamento. Que se positivo remove mesmo montanhas figuradamente falando.
Abraços outonais por essas paragens… E feliz final de semana.
Elizabeth, estou encontrando alguma dificuldade em acessar seu blog. Dá para ler e ver os posts, mas quando vou comentar complica um pouco. Acho que o defeito é daqui mesmo. De qualquer forma deixe o selinho lá que darei um jeito de buscá-lo. É meu, e muito obrigado pelo carinho.
Beijos. Feliz final de semana.
Bete, peço-llhe desculpas muito sinceras pela aparente falta de atenção, mas o tempo andou meio escasso. E somente hoje estou dando uma atualizada neste meu espaço e tentando ver os blogs que tanto gosto. Vou lá ver o Mimo, sem dúvida. Beijos. Feliz final de semana. Tudo de bom.
Georgia, esta época do ano é meio corrida, motivo de minha aparente ausência nos comentários e postagens. A peteca não pode cair. Está tudo bem. Fui lá dar uma olhada no que “elas estão lendo", e como sempre achei ótimo. Volto mais tarde para comentar mais. E coloque meu nome lá no sorteio do livro… Ganhar livro é sempre bom. E de uma boa autora melhor ainda. Feliz semana para vocês.
Que delicadeza de texto, Adelino! Sempre sinto um incrível saudosismo quando leio suas histórias de criança. Você transforma uma simples lembrança numa cena pitoresca daqueles filmes em preto e branco que a gente costumava assistir antigamente. Adoro! Escreve mais dessas histórias, escreve!
Ótimo fim de semana!
Oi, Adelino,
Vim ver como voce está. Corrido, não é?
beijo, querido.
Oi, Adelino,
desejos de crianças, tem sua força.
Nós já fomos crianças, na verdade ainda somos embora com mais idade, e disso sabemos.
abração
fernando cals
Celia, é incrível como essas lembranças aparentemente tão simples permanecem. Prova de que também os bons ensinamentos quando recebidos nessa fase da vida também nos influenciam muito. Daí a enorme importância que tem a educação que recebemos nas escolas desde os primeiros estudos. Qualquer hora, desde que o tema seja pertinente, conto mais… Aguarde...
Abraços.
Excelente semana para você também.
Cris, tudo bem.
Está tudo corrido mesmo. Quem diria, a Páscoa já está aí mesmo, e já vi até listinhas de Natal, acredita? Deste ano, claro...
Um beijo. Feliz semana.
Grande Fernando Cals, você não gosta que o chamemos de Mestre, vá lá. Tudo bem. Mas esteja certo de que você é muito querido por todos os blogueiros. Um comentário seu por aqui é uma honra. Desejos de criança se realizam sim. Sabemos disso. Todos trazemos dentro de nossa personalidade o espírito de adulto, de adolescente e de criança que somos ou que fomos um dia. Faz bem à alma.
Um grande abraço.
Todos nós temos lindas lembranças que carregamos pelos longos dos nossos anos de vida.
Minha infancia também foi em um grupo escolar de Minas e muitas alegrias ficaram em participar desta infância não esquecida até hoje.
Todos temos estas estórias para contar.Bem lembrado!
Maria das Graças.
Maria das Graças, pelo jeito temos uma "mineiroca" por aqui… Não se acanhe, pode aproveitar o espaço para comentários e contar suas estórias também. Serão sempre bem aceitas.
Um abraço. Ótimo final de semana. E também feriado.
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