A NOTINHA, POR FAVOR...
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Lembro-me que em casa nós tínhamos uma espécie de cofre, uma caixa de papelão perfurada na parte superior, o suficiente para que ali pudéssemos inserir as notas fiscais de compra ou de serviço de qualquer valor. Terminado o período de validade, eram somadas e trocadas por cupons numerados. Depois de uns dois três meses acontecia o sorteio. Era curioso ver meus filhos lembrando-me de pedir as tais notinhas...
Aquele programa chamava-se “Seu Talão Vale um Milhão”. Mudado depois, porque o carioca, com aquele seu humor muito natural trocava o termo pejorativamente. O detalhe é que poupava o consumidor do constrangimento de, em alguns casos, pedir nota fiscal de mercadoria ou de serviço. Bastava dizer:
- Por favor, a notinha. – E o vendedor/prestador de serviço nem reclamava.
O resultado? Compensava? Compensava. Li e vi entrevistas de autoridades da Fazenda da época demonstrando estatisticamente que era um grande negócio para a Receita Estadual, com aumento da arrecadação, conscientização do povo etc. Numa dessas trocas de governo, acabaram com o Concurso.
Eis o motivo da minha agradável surpresa ao ler hoje, dia 9, num cantinho da página 32 do Caderno de Economia d´O Globo, que a Secretaria Estadual de Fazenda vai lançar até o fim deste ano o programa “Olho na Águia”. O que existe de novo? Nada. Vai reativar um programa que já existiu, e funcionava muito bem.
O velho e querido Chacrinha já dizia: - Na TV nada se cria, tudo se copia...
Não só na TV. Isto acontece em todos os setores da atividade humana. Quando se copia para o bem é ótimo. Que seja então bem vindo o “Olho na Águia”.
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Página escaneada por Aps do Caderno de Economia d´O Globo, de hoje.
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17 Comments:
Adelino,
otimista do jeito que você é, tenho certeza que só enxerga a parte boa do negócio. Já eu, um pessimista incorrigível, pressinto que esse negócio de águia, sei não. Deve ter alguém do velho esquema. Sacumé? águia, avestruz, esses bichos malados. Não te lembra alguma coisa, não?
Abraços desconfiados, amigao
Já tivemos um programa assim no Rio Grande do Sul certa vez, também foi ótimo.
Do contrário, a maioria não fornece a nota fiscal e as pessoas já nem pedem mais, virou rotina.
Estas iniciativas são sempre bem vindas, um abraço.
Os caixas da maioria das lojas já esta conectada à receita. Ao emitirem os cupons a receita já contabilizou os impostos. Isto ouvi dizer já esta funcionando em São Paulo. Será que o Rio ainda precisa da ajuda da população, como nos velhos tempos?
Caro Valter, compreendo, mas em alguma coisa temos de acreditar de vez em quando, senão jã viu, não é?
Grande abraço
Eu acho Jeanne, e já disse isso publicamente que o governo tem sim a obrigação de ensinar às pessoas determinados hábitos salutares, principalmente quanto ao meio ambiente. E aí vai também o caso das notas fiscais.
Um abraço do
Adelino
PS - Jeanne visitei o seu blog e gostei muitíssimo. Parabéns.
Eduardo, nada de comparações, mas o que você ouviu dizer aí de São Paulo eu também já ouvi dizer aqui do Rio. Eu também acredito que as grandes lojas, shoppings, supermercados que são redes no Brasil já devam estar equipadas com o sistema de contabilização direta dos impostos em seus caixas, dispensando assim a fiscalização do consumidor. Em lojas de médio porte pouca gente faz questão de NF, mesmo que o proprietário queira fornecê-la.
E acho que não somente o Rio, mas todo o Brasil precisa sim da ajuda da população. Esta tem de ajudar sim, mas o governo, claro, tem de dizer como. E para isso estão aí os meios de comunicação, pouco aproveitados.
Grande abraço, meu caro Eduardo, e bom final de semana.
Adelino
PS - Eduardo, fui mal, porque não quis discutir o aspecto técnico da medida, mas "nostalgiar" com relação às notinhas fiscais do nosso cofrezinho de papelão. E lembrar que o "nada se cria tudo se copia" é verdade mesmo.
Abs
Você tem razão Adelino, nada se cria, tudo se copia, até a malandragem é assim.
As pessoas elegem um ídolo, para se espelhar.
No caso das notas fiscais é assim também. Eles incentivam a população à exercer (segundo eles) o direito de cidadão, exigindo notas fiscais, mas não incentivam o povo a cobrar pelos benefícios que os impostos oriundos das mesma deveriam voltar para o povo.
Na verdade mais uma vez além de copiar o fato em si, o do sorteio, estão copiando mesmo é o saldo nos cofres públicos para o bem viver dos mesmos.
Está faltando caviar, ou seria mais viagens?
Não acho que o que está faltando, é o que nunca teve, vergonha na cara e respeito ao povo.
Um beijo
Caro amigo Adelino,
Sou como o Valter, meio pessimista sabe, e nunca me lembro d epedir os cupons fiscais....coisas naturais da minha distração, tb natural de mim mesma.
Obrigada pela visita...e fico feliz ao saber que meu simples texto tenha sido bom pra vc, o escrevi para mim mesma, pois meus dias não tem sido fáceis, mas sabia que igual a mim muitas pessoas se identificariam com ele...que bom que vc foi um deles...Um bom fim de semana amigo e um Feliz Dia dos Pais...Beijo, Cris
Olá adelino! eu me lembro desse programa do governo, pois eu era amis xingada por todos, pois tenho mania de jogar tudo quanto é coisa fora! pq a minha bolsa vai se enchendo de papeis e notinhas e continhas , ai, eu supito e rasgo tudo...
mas vale a pena fazer ressurgir a ideia.
Acho que aqui em Minas tem uma lance assim, da caixa economica....
Aqui, vamos combinar? se tiver algum sorteio e sua notinha ganhar vc me dá um percentual de apoio, tá legal??? rsss bjão!
Anna, ainda no sábado passado assistindo descompromissadamente a uma palestra sobre meio ambiente, desperdício de água etc eu disse que ao nosso governo cabia utilizar boa parcela das verbas para propaganda na conscientização da população. Lembrei até daquela antiga, e que tinha um excelente resultado. A do "Sujismundo" (com g ou j), lembra-se? Todo mundo tinha receio de ser chamado assim e agia direito: nada de lixo ou papel jogado em qualquer lugar. Era uma coisa inocente, mas que produzia resultados. Ninguém tinha ouvido falar disso.
Um beijo
Então, Cristiane, por que não começar a pedir os cupons fiscais? O Valter disse que já vai começar pedindo NOTA FISCAL da água de coco que ele bebe na praia já neste sábado...
Sobre o seu post, Cristiane, nota-se que você o escreveu para você mesma, assim como fiz aquele post do "E-mail importante" pra mim próprio. Veja, entretanto, que tudo o que dissemos poderá servir para outras pessoas, como serviu para mim. Espero que o meu e-mail de "Jesus de Nazaré" leve muita gente a refletir um pouco também e ouvi-Lo mais.
Obrigado pelo dias dos pais. Beijos, Cris. E obrigado.
Marilia, o mais importante não é concorrer, mas pedir as notas fiscais. Muitas vezes nem se trata de pedir, mas de aceitar a nota.
Se for esperar eu ganhar alguma coisa em sorteio, desista. Aliás, só ganhei duas vezes: uma lanterninha de bolso (quando isso era novidade) num programa infantil da cidade onde eu morava... Da outra vez, eu estava tomando banho e notei que dentro do sabonete (não me lembro a marca) tinha um pequenino envelope plástico com um papelzinho colorido dentro, uma espécie de código de barras. Era época em que TV a cores era coisa rara e cara, 1974 mais ou menos. Pensei:
- Ganhei uma TV a cores!!!
Mas não era. Tratava-se de uma batedeira ARNO multi-funcional etc, moderninha para a ocasião. Como já tínhamos uma igualzinha, demos aquela de presente para a minha irmã.
Marilia, isto me faz lembrar de uma antiga promoção do Sabonete Lifebuoy. Dentro do "sabonete premiado" tinha uma estrela dourada. Quem achasse ganhava um carro. Na propaganda do Concurso vinha uma linda mocinha saindo do banheiro com um estrela de ouro reluzente nas mãos, sorrindo e gritando:
- Arranhou, mas valeu a pena!!!
Isso no início dos anos 1950...
Chega. Beijos. Tchau.
Adelino
PS - Desculpe, Marilia, eu pensei que estava escrevendo um e-mail...
Adelino, quero deixar bem claro aqui: eu não tomo água de côco na praia e menos ainda, peço notinha fiscalzinha, tá bom?
Não jogo na megasena, lotomania, nada.
Agora, não sou eu que vou fazer campanha contra não. A Marília votou no lulla, ela que sentenda com ele, tenho nada com isso não.
E, para te falar a verdade, não vou fazer esforço nenhum prá tirar essa cambulha daí não. Deixa os silveirinhas, os garotinhus, os lulinhas. Na hora hagá, eles vão tudo prá Itália, mesmo. A gente paga, né não?
Abraço grande
ps: desculpe-me mas tô azedão, liga não.
Valter, você tem toda razão. A Marilia votou nele, subiu em palanque, cantou, dançou, discursou, panfletou e agora vem querer que a gente vá para as ruas pedir a saída do homem? Negativo, não é? Eu, ein? Nós não somos golpistas, uai...
Grande abraço, Valter. Bom final de semana.
Carai.., c~e ficou louco? nunquinha quis que ninguem fosse pras ruas, até coloquei post contra e coloquei um da tina!
mas no meu blog, a liberdade de expressão é frase de ordem e coloco o que me pedem e acho importante quando se trata de um movimento popular mesmo QUE EU SEJA CONTRA!
VOTEI NO LULA, ( COM UM L SÓ VIU VALTER...0, E SOU PETISTA, COM TODAS AS TRISTEZAS QUE ESSE MEU PARTIDO TEM ME DADO ULTIMAMENTE!
no mais, gerias, pra vcs dois...seus maluquinhos ps; acho que vcs estão ficando gáagás...ahahahahahaha.....
Adelino, que polêmica não. Querido, eu me lembro muito bem dessa campanha e dou toda a força para que ela retorne. Beijocas
Dando uma repassada "nostálgica" neste blog, agradeço a Marilia e Yvone, apesar de passados simplesmente doze anos...
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