CALOR DE RACHAR MAMONA...

Quando crianças era comum ouvirmos os adultos exclamando nos dias de imenso calor: “O sol está de rachar mamona!” ou “O calor está de derreter asfalto”... Pesquisando na internet encontrei fotos e artigos científicos SURPREENDENTES sobre essa planta tão “feínha”, cujas sementes recheadas de pontas penetrantes usávamos com freqüência como munição para os estilingues. E mal sabíamos que delas saíam o "abominável" mas "milagroso" óleo de rícino, que curava febre alta, indigestão, dor de barriga, males causados pelas saborosas jabuticabas que saboreávamos (com caroço e tudo, no próprio pé) sem limite de quantidade... Era um alvoroço...
Tudo bem. Descobri uma foto muito sugestiva, justamente a que ilustra este post: asfalto e mamona convivendo pacificamente, aquele se abrindo para que a feiosa plantinha pudesse crescer. Não sei se a coisa foi bem assim, tão pacífica e solidária, mas como falamos de asfalto e mamona, a imagem encontrada foi preciosa, pois até mesmo admitindo-se, no caso, a ausência de sol forte, pudemos imaginar uma legenda para a foto: “Asfalto e mamona se aliam e desafiam o Sol: o asfalto não derreteu, e a mamona não rachou” (ainda...)
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Foto: Rodolfo
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41 Comments:
Adelino, pelo que vimos na foto, o sol rachou foi o asfalto!
Perfeita associação entre o texto e a foto, o que só olhos e cérebro muito atentos, percebem.
Bom domingo para voce,
Forte abraço
Pois é, Adelino,
coisas da natureza e sua convivências.
abração
fernando cals
Adelino,
Também as usei no estilingue. São quase o símbolo de minha infância. Posso imaginar o calor que tem feito aí. Aqui as noites têm sido um verdadeiro suplício.
Grande abraço, amigo
Adelino, é a adaptação da natureza né?
É a luta das plantas pela sobrevivência e pela vida, nasce e cresce onde for possível.
Hoje já vemos muito isso, com frequência vejo aqui em casa, plantas nascendo e crescendo, por entres os blocos do muro.
Qualquer fresta serve, para que cresçam.
A natureza se encarrega de jogar através do vento, a semente, e aío temos plantas no concreto.
Um beijo e ótima semana.
Quando criança, a nossa rua era asfaltada, acho que a única na cidade. Não dizíamos asfalto, mas pixe... (com "X" ou "CH"?). No Verão, pisar no "pixe" com os pés descalços era um martírio...
Ótima semana para vocês, Valter, e obrigado.
Fernando, certa vez vi um cartão postal com a seguinte dedicatória a um engenheiro recém-formado: "Meus parabéns, agora você está apto a dominar as forças da Natureza" Quanta pretensão, não é? A Natureza não se deixa dominar, ela apenas faz concessões.
Um abração, e ótima semana.
Haja "arcondi", haja "arcondi", Lord... Tá de rachar castanhas...
Uma vez falamos do estilingue/bodoque/atiradeira etc, fiquei até devendo um post sobre ele.
Abraços, Lord, e boa semana.
Aninha, é por isso que acredito na teoria de que o nosso planeta já tenha sido destruído inúmeras vezes. E renasceu de um monte de cinzas, tal qual Phoenix, não?
Aqui no Rio eu ficava admirando um antigo prédio na Cidade, porque lá no alto, existia uma "florestinha" nascida no meio dos tijolos e cimento. Não tenho certeza, mas devia ter até ninho de pássaros.
Ana, o mais interessante no caso da mamona é o resultado de pesquisas que cientistas estão fazendo com ela. Se der uma olhadinha lá no link "Surpreendente" do texto, vai ficar maravilhada. É um site do IPEA.
Beijo, e ótima semana pra nós todos. Com um calor de rachar mamonas e derreter asfaltos...
Adelino
Em Sao Luis-MA, o pessoal chama de azeite de carrapato.
Beijinhos e boa semana
Convivência pacífica, pelo menos é o que parece na imagem.
Nós sofremos mais com o calor do que a mamona que é bem resistente, rss
Lembro também que diziam que o asfalto estava tão quente que se abrisse um ovo nele, fritava ;)
dia lindo
beijos
"A vida sempre encontra o seu caminho", é o que prova este pezinho de mamona sobrevivendo numa brecha do asfalto quente. E por falar em jaboticabas, ai que saudades, não como ha anos, aqui não tem...
Eu ainda digo que o sol estáde rachar mamona. Herança de fam´´ilia. Como "estrupício", que sumiu do vocabulário atual... Texto bacana. Bjs
Nem o calor senegalesco do verão à pino, impediria antigamente uma alegre guerrinha de mamona. Sinto falta no mercado de : mamonas, moleques e estilingues.
Será que seria possível hoje uma dessas guerrinhas mamoníferas com moleques usando bonés da NBA, camisetas Nike, bermudas Adidas, tênis Reebok ... estilingues
Nintendo?
Luci, eu sei que você está certa, mas vou ainda hoje perguntar a uma amiga maranhense se ela sabe o que é "azeite de carrapato"...
Beijos, e boa quarta-feira.
É, Márcia, essa de fritar ovo no asfalto quente eu já ouvi também, inclusive de um amigo meio excêntrico que fez a experiência só pra ver se era verdade. E era, segundo ele...
Beijos
Maria Augusta, quando menino, no "tempo de frio", eu levantava cedinho e ia para o quintal ouvir o zumbido das abelhas nas flores das jabuticabeiras encobertas pela neblina.
Beijos, e bom dia.
Esta expressão "rachar mamona" ainda se usa atualmente, Lia, é verdade. Tem certos ditos populares que pegam mesmo. Quanto a "estrupício" deve estar apenas lá no Aurélio... Sumiu.
Beijos, e ótima quarta-feira.
Acho que não existe mais guerrinhas de mamona, de água, de uva, não, Peri, e se existir talvez apenas no interior, e olhe lá. O negócio hoje é "mais radical": MP3 nas orelhas, celular com câmera, Nike, Reebok, PlayStation´s 1, 2, 3... Um BigMac numa das mãos e um joystick na outra. As crianças não têm culpa, claro, são os mdernismos, não é Peri? Grande abraço e ótima quarta-feira.
Adelino
As crianças não tem culpa mesmo. Reproduzem apenas aquilo ao que os adultos se entregam cegamente. Faço a minha parte : ensinei peri jr a construir pipas, construi com ele alguns aeromodelos, protelei video-games. Hoje , já grandinho, continuamos nossa pesquisa sobre o melhor cheese-burguer de SP, passando longe, quando possível, dos BigMacs.
Mas como nada é perfeito, nunca fizemos juntos estilingues, carrinhos de rolimãs, nem jogamos bolinha de gude e nem rodamos piões.
De certa maneira temos que respeitar também a evolução das coisas....
( também nunca dei a ele óleo de rícino ou Biotônico Fontoura, mas o Polvilho Antisséptico Granado está à disposição lá no armário )
abraço
Sol de rachar mamonas, meus pais usavam muito esta expressao.
E por aqui, frio, chuva...
Nossa, imagino a mão de obra que deve ter sido pra achar essa imagem. Perfeita!
Peri, guerrinhas hoje só de AR-15!
Temos um sobrinho que é cego de um olho. Perdeu numa guerrinha com mamonas. Tipicamente mamonas assassinas.
Abraço grande
Não sei se é de rachar mamona ou derreter asfalto, mas é MUITO calor, pra mim faltam palavras que descrevam,rsrsrs...
Bela imagem.
beijos
Peri, tínhamos de usar a criatividade para fazer nossos próprios brinquedos: estilingue, rede de basquetebol, de voleibol, bola de meia, carrinhos de roulement, aviões e carrinhos de madeira etc. E mais: organizávamos nossos próprios campeonatos de damas e xadrez. E de futebol de botões, como não? Quase todos sabiam jogar. E a quem não soubesse os que sabiam ensinavam.
Bons tempos, mas como disse você, temos de respeitar a evolução das coisas.
Grande abraço, Peri.
Peri, e o Óleo de Fígado de Bacalhau?... Que tristeza.
Abraços
Meire, aí na Itália frio e chuva. Aqui,Rio, sol de rachar mamona...
Beijos
Nem tanto, VyvyTex. De qualquer forma, muito obrigado pelo elogio e por sua presença.
Abraços
Valter, acidentes como esse do seu sobrinho aconteciam. Algumas brincadeiras eram perigosas, como por exemplo, "guerra" com bolas de barro envolvendo pedras, gangorras com cordas que se deterioravam com facilidade. Eu mesmo caí de uma gangorra quando a corda se partiu justamente no instante em que eu me encontrava no ponto mais alto do balanço... Felizmente meu Anjo da Guarda estava por perto, porque caí justamente num monte de grama. Levantei, avaliei os "estragos", tudo em ordem, saí de fininho e fui pra dentro de casa...
Grande abraço, Valter.
Jeanne é de rachar mamona e de fritar ovos no asfalto antes que este derreta... Obrigado.
Beijos
Adelino
PS - Jeanne falamos muito da mamona, uma planta que parece sem muita importância, mas, como eu destaquei no link no corpo do texto, existem pesquisas interessantíssimas no plano da Medicina ortopédica.
Beijos
Adelino
Adelino,
Reputo a escolha de um título (ou uma legenda) sujestivo, seja para um texto ou uma imagem, uma verdadeira arte. E você "deu de cinta" neste post: "Asfalto e mamona se aliam e desafiam o Sol: o asfalto não derreteu, e a mamona não rachou” (ainda...). Beleza pura. Abração.
Ery, um elogio desses partindo de você, não é um elogio; eu diria, se eu não fosse modesto, que é uma verdadeira consagração...
Muito obrigado.
Grande abraço, Ery.
Seu texto é muito interessante, gostei muito...
velhos tempo... recordar éw viver...
abraço carinhoso...
Betinha, obrigado por ter gostado do texto. È muito espontâneo, sincero, simples, tanto que se eu reler vinte vezes o que escrevo haverá sempre uma correção, uma modificação. Quando chega no limite então penso: "seja o que Deus quiser, vai assim mesmo"...
Já com os comentários não tenho nenhum cuidado, nem "visualizo".
Vou retribuir sua visita indo lá no seu blog. Muito obrigado, Betinha.
Abraço carinhoso, e um feliz final de semana.
Mamona tem essa semente dura, que só o sol muito forte pode fazer rachar, e essa característica a faz MUITO resistente quando no solo. Ou mesmo enterrada. Muitos anos após ter caido do cacho, ela pode voltar a germinar. Uma praga em pastos, que foram lavoura de amendoim, soja, milho ou similares. Sempre brota um pé de mamona, anos depois! Memória dos meus tempos de pecuarista!
Agora, Os Mamonas Assassinos, são outra coisa...
Abçs
PS- Nâo vi seu comentário no Valter estes dias? Olha que ele magoa com facilidade!
Hahaha!
(;-))
Eduardo, veja como o Brasil é um país abençoado (refiro-me à sua Natureza e ao seu povo, excluídos alguns políticos). Como você disse, mamona é praga nos nossos pastos, no entanto é tão mal aproveitada, creio eu, a exemplo da amendoeira. E sobre a mamona, olha que tem pesquisas na área da Medicina extremamente importantes. Estão no link do texto.
Grande abraço, e ótimo final de semana. E obrigado sempre.
PS - O Valter não fica magoado comingo não, Eduardo. Mas se ficar é bom, porque é sinal de que gosta das nossas visitas, não é, não? rss
Como dizem os mineiros, "pelo sim pelo não" vou lá daqui a pouco...
Abs
Tá, 1 ano depois eu vou fazer um comentário, rs. Que texto maravilhoso! Simplérrimo e ao mesmo tempo foi láaa no fundo. Adorei. Vou te ler mais um tiquinho. =)
Beijos e Feliz 2009...
Brau, nove anos depois eu aqui agradecendo seu elogio.
Muito obrigado. Sempre é tempo...
Um abraço
A mamona que racha é o fruto.. tenho plantação dela..quando colhemos, colocamos ao sol e de repente ouvimos estalidos,as cascas saem de um salto, A planta não é feia.. tem lindas folhas verdes como tb o seu caule
Quando ainda verde, nós usávamos (agora sabemos) os frutos como "arsenal de guerra" para as nossas brincadeiras com estilingues (atiradeiras)...
Grato pelo comentário. Abraço
Hoje fiquei feliz de ler este post. Quantas coisas boas nossos netos estao perdendo. E hoje o "Sol esta de rachar mamona"
Uma pena que não apareça seu nome, "Anônimo". Eu também não sei bem o motivo pelo qual meu nome aparece também como "Anônimo". Devo ter cometido algum engano. No atual comentário não mais, porém nos anteriores continua assim. Agradeço por ter gostado. Realmente por estes dias o sol andou "rachando mamonas" ou derretendo asfalto...
Um grande abraço.
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