O caro amigo Eduardo, um dos coordenadores do inteligente Tertúlia Virtual, lembrou-nos que BRASIL seria o tema deste mês. Um tema, segundo ele, bastante amplo, irrestrito. Concordo. Tarefa difícil.
Apenas recordei-me das primeiras aulas no Grupo Escolar quando, entre outras coisas, aprendíamos que “o Sol era um astro fixo”; que “a Lua era um pedaço da Terra que se desagregou...”; que a Terra era redonda porque o mastro de um navio era a última coisa a ser vista quando se afastava no horizonte”; que “o futuro Distrito Federal seria no interior de Goiás”; que o Brasil ia do “Oiapoque ao Chuí”; que “o ponto mais alto do país era o Pico da Bandeira”. E que “ou o Brasil acabava com a saúva (formiga) ou a saúva acabava com o Brasil”... E que o “petróleo era nosso” já nos ensinava o idealista escritor Monteiro Lobato.
Tudo isso estava num livro de capa azul com estrelinhas brancas; seu nome NOSSO BRASIL. O livro nos enchia de orgulho e de ilusões. Jamais ousaríamos contestá-lo. Eram verdades definitivas.
E o tempo passou: hoje sabe-se ou ensina-se que o Sol não é um astro fixo; que a Lua não é um pedaço da Terra, que esta é redondinha e azul, provam isso os “retratos tirados” do espaço sideral; que o Distrito Federal foi mesmo para o Brasil Central; que o Brasil vai do Monte Caburaí ao Chuí; que o ponto mais alto é o da Neblina e não o da Bandeira; que o Brasil acabou com a saúva, mas outras espécies sobreviveram no Planalto Central; que o petróleo não é só nosso e nem a Amazônia, que “é da Humanidade” (ensinam os americanos). E vai por aí.
Muita coisa mudou, como se vê. E o Brasil não é mais tão alegre, romântico, ordeiro, divertido, feliz. Contudo, continua sendo, pelo menos em parte, o NOSSO BRASIL, tal como nos ensinava o livro do grupo escolar.
--------------------------------------------------------------------
Imagem: Google
--------------------------------------------------------------------